As demissões de trabalhadores cresciam a níveis alarmantes quando, em meados do ano terminado ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou o que considerava o antídoto para estancar os cortes. Com grandes pompa e circunstância, como é característico da governante de plantão, o PPE (Plano de Proteção ao Emprego), que reduz salários proporcionalmente à carga horária como contrapartida à manutenção das vagas, foi apresentado à sociedade.

Decorridos seis meses de sua implantação, o programa se mostrou um sucesso absoluto para o Grande ABC – bloco ao qual parece ter sido feito sob encomenda. A meta, que era proteger 24 mil postos de trabalho nas sete cidades, já foi atingida e superada em 1.500 vagas. A mesma eficiência, todavia, não é verificada no restante do País. De acordo com levantamento feito pela equipe do Diário, a região concentra 79% dos trabalhadores beneficiados pelo PPE.

É evidente que se trata de excelente notícia para o Grande ABC – e este jornal, que há 57 anos defende de maneira intransigente os legítimos anseios da população dos sete municípios, não poderia deixar de aplaudi-la –, mas necessário reconhecer que as normas precisam de ajustes para que proporcionem resultados mais efetivos também em outras regiões do Brasil. Afinal, os cortes no emprego seguem acontecendo com toda voracidade.

O ano que ora se inicia deve ser encarado pelas equipes econômica e de fomento ao trabalho e emprego da presidente Dilma Rousseff como oportunidade de deixar em 2015 alguns erros que comprometeram o desenvolvimento do País. É hora de, restaurada a esperança com o raiar de novo exercício, trabalhar para recuperar a confiança exterior, corrigindo as distorções que levaram a Nação a perder o selo de boa pagadora de duas agências internacionais de análise de riscos, e a dos brasileiros. Garantir a ocupação da PEA (População Economicamente Ativa) será excelente primeiro passo para demonstrar de modo efetivo que a situação começa a melhorar e há, enfim, razões para otimismo.