Apesar de já estar sentindo os efeitos da crise econômica desde o ano passado, o brasileiro viu seus problemas se agravarem em 2015. Seja por causa do aumento do desemprego, da inflação ou da conta de luz, o povo viu seu dinheiro diminuir, ou perder valor. Medidas do governo, como o ajuste fiscal, ainda não tiveram reflexo no dia a dia da população, e analistas acreditam que isso não deva acontecer nem em 2016.
‘A herança maldita’ é como está sendo chamado o ano que se encerra para um País que se dividiu entre vários movimentos e ideologias expressas nos mais variados contextos, desde as ruas, o Congresso Nacional, o TSF (Tribunal Superior Federal), o Executivo, a paralisia política e o reflexo imediato na economia. Como estamos preparados para a noite da virada, vamos descrever os índices econômicos que levaram nossos sonhos ao desespero:
- PIB: quase 4% negativo em comparação a 2014;
- Desemprego: eliminação de mais de 10% de vagas com carteira assinada nas principais capitais brasileiras, o equivalente a mais de 1 milhão de postos de trabalho. O impacto maior encontra-se entre os jovens entre 15 a 25 anos, o que significa dizer que um entre quatro jovens está desempregado. É importante lembrar ainda que o mercado vai receber, em 2016, mais de 1 milhão e meio de novos trabalhadores procurando seu primeiro emprego;
- Variação cambial: pela primeira vez, o câmbio superou o patamar dos R$ 4 por dólar americano, o que não acontecia desde 2002, atingindo o máximo de R$ 4,146 em 23 de setembro. Vamos encerrar o ano a um câmbio de R$ 3,96, enquanto iniciamos o ano a um câmbio de R$ 2,69. Desvalorização de nossa moeda foi de 47,2%;
- Inflação: o custo de vida anunciado pelo Banco Central no último boletim Focus, editado semanalmente, indica que vamos fechar o ano bem perto dos 11%, a maior variação desde 2002, corroendo o poder aquisitivo das famílias brasileiras;
- Indicadores: 14,25% ao ano de taxa Selic; 45% de juros anuais do crédito rotativo praticado em média pelos bancos; 275% de juros anuais sobre o cheque especial; 474% de juros anuais sobre a fatura do cartão de credito, de clientes especiais; 705% de juros anuais sobre a fatura do cartão de lojas de varejo;
- Situação macroeconômica do governo federal: R$ 2,8 trilhões do total da dívida, R$ 250 bilhões de custo dos juros da dívida brasileira e R$ 120 bilhões de custo das pedaladas fiscais até o fim do ano;
- Aumento de preços ao consumidor: 50,49% de incremento na conta de luz, R$ 3,69 o preço do litro de gasolina, contra R$ 2,69 no fim de 2014 e 45% de alta na conta d’água, considerando o racionamento.
Por essas razões, recomendo uma profunda reflexão sobre o que passou e uma clareza de objetivos para 2016. Vamos poupar ao máximo para estarmos preparados para quaisquer situações imprevistas e para um ano que está sendo previsto como pior que 2015. Mesmo assim, desejo a todos uma feliz virada.
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