Embora o processo de reorganização escolar da rede estadual tenha sido adiado para 2017 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última semana, muitos estudantes mantêm acampamento nas unidades de ensino – 123 em todo o Estado e 15 no Grande ABC. Parte dos jovens pede o cancelamento do plano, que prevê a transferência de 311 mil alunos e o fechamento de 94 escolas, e parcela dos alunos aguarda a consolidação no papel das palavras do governador de que os discentes permanecerão nos colégios onde já estudam.

“Ainda não sei onde vou estudar no próximo ano, porque meu nome não conta mais na lista de nenhuma escola. Tenho medo de ficar sem a vaga ou de ser transferido para outra escola contra a minha vontade”, observa o estudante do 1º ano do Ensino Médio da EE Oscavo de Paula e Silva, em Santo André, Rodrigo Leksander, 17 anos.

Conforme explica um dos integrantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) Alexandre Ferraz, muitas unidades de ensino já realizaram a transferência dos jovens, processo que ainda precisa ser cancelado. “Outro problema é a questão das escolas que seriam fechadas (seis na região), que não receberam matrículas para 2016”, explica. A entidade protocolou, junto à diretoria regional de ensino da cidade, documento que pede esclarecimentos sobre a situação dos discentes.

Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado limitou-se a informar que todos os alunos da rede, incluindo os que seriam impactados pelo processo de reorganização, estão com as matrículas garantidas. No entanto, a Pasta não afirmou que os jovens serão mantidos nas unidades de origem.

Além disso, o Estado destacou que o cronograma de reposição de aulas nas unidades que ficaram ocupadas está sendo elaborado e validado pelas diretorias regionais de ensino de acordo com proposta do conselho escolar de cada unidade. Segundo a Pasta, o calendário oficial se encerra entre 18 e 23 de dezembro em 96% das 5.147 escolas estaduais.

Hoje, às 10h, haverá nova reunião geral entre os estudantes das escolas ocupadas em todo o Estado na EE Antonio Manoel Alves de Lima, em Santo Amaro. A ideia é discutir os rumos do movimento, que chegou a atingir mais de 200 unidades de ensino em todo o Estado, sendo 25 no Grande ABC.