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Poluição incomoda moradores de Capuava
Leonardo Santos
especial para o Diário
01/12/2015 | 07:00
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 A fábrica de produtos petroquímicos da Braskem, em Mauá, voltou à ativa na última semana após um mês do incêndio causado por rompimento de tubulação, que deixou seis funcionários feridos. A empresa declarou que houve melhorias na unidade, porém, moradores da região do bairro Capuava sofrem com resíduos há tempos. Sujeira, gastos com água e problemas de saúde são as principais queixas.

O pó preto é o principal fator que incomoda os residentes. A conta de água, que costumava ficar na faixa dos R$ 50, agora está quase R$ 100 na residência do casal Evaldo Fernandes, 69 anos, e Aparecida Eunice, 69. Limpar a casa é uma das rotinas de Aparecida. “Se não passar um pano úmido pela manhã e tarde, tudo fica preto.” A dona de casa sofre de problema de tireoide e, segundo ela, seu médico afirma que o pó é o causador.

“Não adianta ligar, porque sempre falam que já vieram e darão um jeito”, diz Evaldo Fernandes sobre a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O morador pintou sua casa há um mês e meio e conta que os resíduos já afetaram as paredes. “Gastei dinheiro à toa.”

Alcides Varini, 71, não consegue economizar. “Agora que começou a chover e poderia reutilizar a água, não dá. É insuportável ficar na sujeira.”

A cozinha de Miguel Redondo, 76, tem que ter cuidado redobrado. “Limpo todo dia e deixo tudo fechado. Se isso já faz mal, imagina na comida.”

Em outubro, a Cetesb multou a empresa em R$ 212,5 milhões por emissão de poluição atmosférica e substâncias odoríferas e informa que acompanha o retorno às atividades.

Já a Prefeitura diz que o processo produtivo do polo petroquímico é licenciado e fiscalizado por órgãos estaduais, e acompanhado por setores de fiscalização da cidade. A Secretaria de Saúde irá fazer avaliação técnica para verificar a origem do referido material e tomar as medidas cabíveis.

A Braskem informou que todos seus processos produtivos seguem requisitos estabelecidos pelas legislações nacional e internacional, além de serem monitorados constantemente. A fábrica reforça para que moradores liguem para o telefone 0800 77 00 108, que funciona 24 horas e esclarece os questionamentos da comunidade.




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