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Grande dinossauro herbívoro é encontrado em São Paulo
Roberto B. de Carvalho
Ciência Hoje/PR
01/02/2010 | 07:00
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Um novo achado fóssil na região de Marília, Oeste de São Paulo, põe a cidade na rota dos municípios brasileiros que se destacam pela riqueza de seu patrimônio paleontológico: os ossos de um dinossauro herbívoro, seguramente um titanossauro, animal de cauda e pescoço longos, do qual há também registros em outras localidades do Oeste paulista e no Triângulo Mineiro.

A descoberta foi feita pelo paleontólogo William Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, ligado à prefeitura da cidade. O primeiro fóssil do animal encontrado por Nava foi uma grande vértebra caudal, que estava ao lado de um molusco fossilizado e não muito longe de ossos de um crocodilo.

Esse seria apenas mais um achado do pesquisador, entre tantos outros que já fez nos últimos anos, não fosse pela presença de outras duas vértebras caudais menores que despontavam lado a lado no arenito. Após observações e pesquisas, o paleontólogo teve certeza de que estava diante dos ossos de um titanossauro.

O animal, que devia ter entre 13 e 15 metros de comprimento, habitou a região no final do Cretáceo Superior, entre 65 e 80 milhões de anos atrás, quando a paisagem era bem diferente, com clima quente e seco, pontilhada por pequenas lagoas e rios que se entrecortavam.

Após encontrar os primeiros fósseis do animal, Nava passou a trabalhar na escavação e recuperação de outros materiais ósseos que estavam expostos na parede vertical do afloramento.

"Identificamos também costelas, partes da pélvis (uma sequência de vértebras sacrais) e um fragmento de dente", relata o pesquisador. "Estamos diante de fósseis que podem ser de um dos grandes dinossauros já encontrados no Brasil", completa.

Novos achados - A descoberta foi comunicada ao paleontólogo Rodrigo Miloni Santucci, da UnB (Universidade de Brasília), um dos maiores especialistas brasileiros em saurópodes (grandes dinossauros quadrúpedes herbívoros dos períodos Jurássico e Cretáceo).

Os pesquisadores apostam, agora, em novos achados sob as camadas de arenito, que compreendem cerca de 2,5 metros de sedimentos acima do nível onde os ossos foram encontrados.

"Com o auxílio de máquinas, será preciso remover essa camada de rocha para então chegarmos perto da área onde supomos que devam estar mais partes do esqueleto", explica o paleontólogo da UnB.




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