Cerca de 40 casas da Rua Santa Rita de Cássia, no Parque Industrial, em São Bernardo, estão sem água desde o dia 8. O período de 11 dias sem abastecimento foi interrompido dia 14, quando a água voltou.

"Ficamos seis dias sem nenhum pingo sequer. Depois de muitas reclamações, foi liberado um pouco de água. Mas não tinha pressão nem para subir para a caixa (d'água)", diz a dona de casa Rita de Cássia Luiz Ramos Borrelli, 36 anos. Depois, as torneiras voltaram a secar.

A vizinhança reclama do descaso da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em atender suas reclamações.

"A cada reclamação que fazemos, uma nova desculpa é dada. Antes o problema era o Buster, depois colocaram a culpa no apagão. O único problema é que a conta continua chegando e o preço não muda", diz a dona de casa.

A alternativa encontrada pelos moradores para enfrentar essa crise é se virar como pode. O banho é tomado com canecas. Água para beber, tem que comprar. Roupas e louças estão acumulando nos tanques e nas pias.

O que salvou a família de Rita foi a piscina da casa. A água dali é usada para tomar banho e lavar louças e roupas. "Ontem, tomei banho de caneca com a água da piscina. É humilhante."

A Sabesp informou que a região do Parque Industrial é atendida pelo reservatório São Pedro que, com o crescimento populacional da área e as inúmeras ligações irregulares, perdeu capacidade de atender a demanda.

A empresa afirmou, também, que o abastecimento na região é feito no período noturno. Porém, com o aumento da temperatura, o problema se agrava. "A Sabesp se responsabiliza em fazer manobras operacionais na tentativa de minimizar o desabastecimento", diz a nota. (Supervisão Antônio Leria)