Pelo quarto mês consecutivo, o número de vagas de emprego criado no Estado de São Paulo cresce, porém, com ritmo menor. Segundo o boletim do Observatório do Emprego, do governo estadual, o saldo dos novos postos formais de trabalho (62.497) em julho foi inferior ao registrado em junho (70.265).

Mesmo assim, o índice no mês de férias foi superior ao mesmo período em 2009, quando o Estado gerou 52.811 vagas.

A Região Metropolitana - que inclue o Grande ABC - apresentou a maior quantidade de oportunidades (31.727). "Isso mostra que o crescimento é permanente. Porém, notamos que desde o segundo trimestre deste ano o ritmo da economia caiu, já que no pós-crise (com início no fim de 2008) houve aceleração no crescimento", explica o pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Hélio Zylberstajn.

De acordo com ele, tradicionalmente, o segundo semestre do ano costuma ser melhor do que o primeiro em geração de postos de trabalho - devido às festividades de fim de ano, por exemplo.

SETORES
A pesquisa de julho aponta que em praticamente todos os ramos houve aumento no número de vagas. Os maiores crescimentos ocorreram nas áreas da indústria de transformação (13.327); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (11.162); atividades administrativas e serviços complementares (6.379); e construção (6.138) - o que soma mais de 37 mil oportunidades.

Zylberstajn ressalta que, no Grande ABC, por exemplo, é possível notar que nos últimos anos antigas fábricas deram espaço à construção de mercados, empresas prestadoras de serviços e novos shoppings - que traz a valorização do comércio. "O setor fabril é muito importante para a economia como um todo, mas não podemos negar o espaço que outros segmentos têm ganhado com o passar do tempo."

PERFIL
O boletim do observatório de julho mostra, ainda, que a maior parte das contratações é de jovens e pessoas com Ensino Médio completo. Trabalhadores com até 29 anos ocuparam 84,5% das novas oportunidades.

As mulheres preencheram 43,5% das vagas oferecidas em julho - percentual inferior ao observado em junho (48,9%) e superior ao observado no mesmo mês em 2009 (41,7%).