Ele está involto no clima de decisão que vive o União São João em busca do retorno à Série A-1 do Campeonato Paulista. No entanto, para falar sobre o Santo André, abre uma exceção e também o coração. "Me dá até um calafrio falar sobre, porque é um clube que não dá para esquecer. Está nos melhores momentos da minha carreira e da minha família", comentou o técnico Luís Carlos Ferreira, que coleciona nove passagens pelo Ramalhão e os acessos à Série C do Brasileiro (2003) e à Série A-1 do Paulista (2001).

O ciclo iniciou-se em 1999, enquanto a última vez que comandou o Ramalhão foi em 2007. E daquela temporada para esta, o elenco já mudou algumas vezes. Assim, do atual grupo nenhum foi comandado por Ferreira naquela ocasião - apenas Júlio César, Nunes e Rodrigão já trabalharam com o técnico no time andreense, mas em outras oportunidades.

De lá para cá o Santo André passou por reformulações e apostou em equipes diferentes daquelas com as quais o técnico estava acostumado. Ou seja, trouxe diversos atletas com mais bagagem, casos de Gustavo Nery, Marcelinho Carioca, Rodrigo Fabri, e outros, deixando de lado, segundo Ferreira, o principal trunfo andreense, que era utilizar as pratas da casa.

"O Santo André viveu um momento diferente, quando apostou em estrelas. Eu gosto mais de como é hoje, porque voltou às origens, fazendo o que sempre fez, utilizando uma equipe comprometida e reveladora. Com a filosofia do Sérgio Soares, resgatou aqueles bons momentos", comentou.

De acordo com o ex-treinador andreense, o que faz a diferença no Santo André é ter em campo jogadores que tenham a camisa como segunda pele. "O Santo André sempre foi bem porque formava equipes baseadas em um algo a mais, com um lado espiritual positivo, com um amor mais forte pelo clube. Esse elenco, aliás, me faz lembrar aquele time da Copa do Brasil (2004), que tinha fé, que não tinha barreiras e apesar das dificuldades financeiras, tinha os valores táticos e espirituais."

Aliás, o time citado por Luís Carlos Ferreira que conquistou o título da Copa do Brasil de 2004, foi comandado por ele até as oitavas de final, quando classificou-se às quartas e depois transferiu-se para o Sport.

Sobre o adversário na final de domingo, Ferreira pede cuidados, mas acredita no Ramalhão. "O Santos é melhor que aquele Flamengo de 2004, é considerado imbatível, mas o Santo André sempre foi movido pela fé e nesses momentos cresce", concluiu o treinador.