Fazer as malas e encarar mais de 5 mil quilômetros de estradas de asfalto e de terra, desertos, mata fechada, atoleiros, praias e riachos, em um período de 20 dias, não assusta o grupo formado por quatro famílias de jipeiros do Grande ABC. Os aventureiros decidiram levar solidariedade às famílias do sertão do Nordeste brasileiro com o projeto Expedição Maranhão. O grupo saiu de São Bernardo à 0h desta sexta-feira com destino à cidade de Alto do Paraíso de Goiás (GO), onde vão abastecer os jipes com 500 quilos de mantimentos que serão distribuídos nos vilarejos que encontrarem no itinerário, que vai do Maranhão a Fortaleza.

Profissionais liberais, funcionários públicos, empresários e crianças compõem o grupo de 12 pessoas (quatro mulheres, quatro homens e quatro crianças). A dentista Cláudia Eliane de Mendonça, que nunca tinha andado de jipe antes da viagem, garante que será possível unir solidariedade e aventura. “Há quem pense que isso é tarefa só para jipeiros ou expedicionários, mas não é bem assim. Qualquer um pode encarar uma viagem como essa sem medo, e ter a certeza de encontrar emoção e divertimento à vontade, além de poder ajudar famílias mais necessitadas.”

A expedição vai passar pelas cidades do Planalto Central como Alto Paraíso de Goiás, Jalapão, Carolina, São Luís, Lençóis Maranhenses, Delta do Parnaíba, Jericoacoara e Fortaleza. A viagem solidária foi planejada há alguns meses pelos empresários Paulo Salim, 32 anos, e Mauro Venturini, 33, o dentista Pedro Biagioni, 43, e o administrador de empresas Roberto Borja, 31.

Cada jipe deve consumir aproximadamente R$ 5 mil durante a viagem, entre preparação dos veículos, bagagem, equipamentos básicos de segurança, alimentação, hospedagem, doação de mantimentos e transporte aéreo dos veículos para o retorno a São Paulo. “Esses valores podem se alterar caso tenhamos algum tipo de imprevisto, mas não deve passar de R$ 6 mil para cada carro”, disse Borja.

De acordo com o grupo, essa é a primeira expedição que sai do Grande ABC rumo ao Maranhão, em família. “Pretendemos viajar cerca de 500 quilômetros por dia, e isso não será cansativo. Mas o mais importante será o contato das crianças com realidades diferentes das que vivem no Grande ABC”, disse Venturini.