O governador disse nao ter feito contas para saber se o PSDB ficou com com mais ou menos ministérios depois da reforma. "Isso nao tem a mínima importância", afirmou. "Até porque, nada me indica que o presidente tenha sido compelido a fazer esta ou aquela mudança, porque escolheu os ministros seguindo sua própria vontade, sem levar em conta o loteamento de cargos".
Informado de que o PMDB nao ficou contente com o troca-troca, Covas foi taxativo: "Eu nao sou do PMDB, sou do PSDB". Nao se cansou de repetir, porém, que achou o comportamento do entao ministro da Justiça, Renan Calheiros, "o fim da picada", pois o peemedebista desautorizou o presidente no episódio da nomeaçao do diretor-geral da Polícia Federal. Covas, que já havia cobrado a demissao de Renan, evitou entrar em novo bate-boca neste sábado, quando foi lembrado sobre suas divergências com o presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), por causa da instalaçao da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia.
O PFL manteve quatro ministros na equipe, mas o governador nao soube dizer se o senador baiano estaria mais calmo depois da reforma. "ACM, que eu saiba, é o meu secretário particular Antônio Carlos Maluf", desconversou. Sobre o ACM senador, ele nao quis falar. "Já falei muito sobre guerra fiscal e Ford e nao sou propriamente um confidente dele."
Na avaliaçao de Covas, o PSDB sairá fortalecido das mudanças no Ministério se Fernando Henrique divulgar as açoes de governo, principalmente na área social. "Ele nao precisa mudar o governo, mudar o rumo, nada disso: basta que se agite mais e mostre o que vem fazendo, pois muitos de seus programas anunciados parecem que nascem e morrem", argumentou.
Covas disse que o desempenho do ministro Clóvis Carvalho transferido da Casa Civil para o Desenvolvimento, vai depender de sua atuaçao. "Ele me parece talhado para executar ess tipo de tarefa de elocubraçao, de construçao, que era um papel quase desnecessário dentro do Palácio do Planalto e acho que o presidente resolveu mudá-lo por causa disso", observou. Ele nao fez, no entanto, nenhum comentário sobre a saída de Celso Lafer, que deixou a pasta do Desenvolvimento. "Nao adianta eu dizer nada, isso depende da maneira que cada um vê as coisas", argumentou.
Os problemas políticos, para o governador, nao vao acabar. "Podem melhorar, mas desde que todos se envolvem na tarefa de trabalhar mais e discutir menos", afirmou. Covas concordou com o presidente no raciocínio de que havia muita futrica e briga na equipe.
Para o ministro da Educaçao, Paulo Renato Souza (PSDB), outro tucano mantido na equipe, as mudanças na Esplanada dos Ministério vao dar unidade e coesao ao governo."Passamos por uma crise grande e agora é hora da reaçao, num governo de coalizao que atendeu os quatro partidos de sua base ", avaliou Paulo Renato. Ele disse lamentar o comentário de dirigentes do PT, que criticaram a reforma ministerial, com o argumento de que a troca foi de seis por meia dúzia. "Infelizmente, a oposiçao nunca fará acordo com o governo."
Reuniao - Após o velório do deputado federal Franco Montoro (PSDB-SP), o presidente Fernando Henrique reuniu-se no Palácio dos Bandeirantes com o ministro Pimenta da Veiga, o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, e o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP). O encontro foi reservado e durou 40 minutos. "Nao conversamos nada de especial", despistou Madeira. No seu diagnóstico, a reforma fortaleceu todos os partidos da base de sustençao. "Todos ganharam, porque ficou uma coisa mais equilibrada", disse.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.