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Começa desmobilização de três mil paramilitares na Colômbia
Da AFP
03/11/2004 | 22:40
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A desmobilização de pelo menos três mil paramilitares de 11 facções das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) começou oficialmente nesta quarta-feira, com um processo que deve ser concluído no dia 31 de dezembro, anunciou o alto comissário da paz do governo, Luis Carlos Restrepo.

"O processo de desmobilização coletiva de 2004 tem como objetivo central desmobilizar pelo menos três mil membros das AUC antes do fim deste ano, e este processo começa oficialmente nesta quarta-feira, dia três de novembro", declarou Restrepo, depois de uma reunião com os líderes das AUC em Santa Fé de Ralito (740 km a norte de Bogotá).

As facções que se desmobilizaram são os blocos Catatumbo, Bananero, Calima, Pacífico e Cundinamarca, as frentes Mojana e do Sudoeste de Antioquia, e as autodefesas de Córdoba, Meta e Vichada, do Sul de Magdalena e da ilha de San Fernando, além da frente Vichada do Bloco Central Bolívar.

Os dois máximos líderes das AUC, Salvatore Mancuso e Ernesto Báez, dirigirão o processo de desmobilização progressiva e contarão com a autorização do governo para sair de Santa Fé de Ralito, onde estão concentrados para o diálogo de paz, e para se deslocar às zonas onde operam esses grupos com o objetivo de supervisionar o desarmamento.

Restrepo explicou que a desmobilização incluirá as fases de concentração dos paramilitares em áreas a definir, verificação do desarmamento e reincorporação à vida civil.

Os paramilitares desmobilizados acusados de rebelião seguirão programas de capacitação profissional para a reinserção na sociedade, mas os que ainda têm contas a prestar na Justiça por crimes de lesa humanidade deverão permanecer confinados em zonas especiais até o julgamento de seus casos. Esta é uma das maiores preocupações em torno do processo de desmobilização, além dos pedidos de extradição apresentados pelos Estados Unidos contra os líderes das AUC, entre eles Mancuso, por envolvimento no narcotráfico.

Na semana passada, o presidente Alvaro Uribe considerou muito difícil atender à proposta de Mancuso e Báez para que os desmobilizados sejam incorporados às forças militares, devido aos vínculos dos paramilitares com o narcotráfico.

As administrações locais apóiam a desmobilização dos paramilitares, embora tenham exigido do governo que redobre a segurança em suas regiões para que as áreas deixadas por esses grupos não sejam tomadas pela guerrilha de esquerda. Além disso, pedem investimento social.

O processo de paz entre as AUC e o governo, que dialogam neste sentido há 22 meses, começou formalmente em 1 de julho e pretende desmobilizar 20 mil paramilitares antes do dia 31 de dezembro de 2005.




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