A Fiat está se aproximando da Volkswagen em volume de produção. Este ano, em uma única fábrica em Betim (MG), a empresa vai produzir 560 mil automóveis e comerciais leves, ante 595 mil da concorrente, que têm três fábricas. Em 2007, elas ficarão próximas de um empate.

A Fiat, que já tirou a liderança da Volks em vendas, projeta 600 mil veículos para sua linha de montagem, uma diferença de apenas 5 mil unidades para a ainda maior montadora do país.

A empresa mineira vai reforçar a produção. Este mês, anunciou 1,2 mil contratações que serão concluídas até o fim de janeiro, quando o grupo passará a ter 10,2 mil funcionários. Em 1º de fevereiro, terá início um terceiro turno de trabalho em Betim que ampliará a produção diária de 2,3 mil para 2,5 mil carros ao dia. A Volkswagen, ao contrário, está enxugando quadros e deve fechar, até o fim de 2008, pelo menos 4,3 mil postos.

A Volks reduziu a produção por causa da queda na exportação, que este ano será 21% menor que em 2005 e, em 2007, deverá ter nova queda de 9%, para 185 mil unidades. Já a Fiat deve manter o volume exportado este ano, de cerca de 100 mil unidades.

“No início de 2006 prevíamos queda de 30% nas exportações, por causa do câmbio, mas isso não se confirmou e caímos apenas 2%”, disse o presidente da Fiat, Cledorvino Belini.

Ambas as marcas apostam no mercado interno. A Volks projeta vendas totais de 1,9 milhão de automóveis e 23,5% de participação da marca nesse total. Belini é um pouco mais otimista e acha que o mercado pode chegar a 2 milhões de unidades. A Fiat deve ficar com cerca de 25% desse volume. Em produção, os números da montadora italiana neste ano representam crescimento de 11% em relação a 2005. É o segundo maior volume da empresa no país, atrás do obtido em 1997, que chegou a 620 mil veículos. Já a Volks terá queda de 3%.

A Fiat deve fechar 2006 com um balanço financeiro "azulzinho claro", declarou Belini, que não quis fazer projeções dos ganhos esperados para este ano. Em 2005, o lucro foi de R$ 511 milhões no Brasil.