Os preços dos imóveis na região ficaram praticamente estáveis em outubro e seguem, no ano, com ritmo de alta bem abaixo da inflação, aponta pesquisa FipeZap, realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com o portal Zap.

O levantamento acompanha a variação do metro quadrado de apartamentos prontos com base em anúncios na internet em 20 importantes cidades do País, entre as quais as três maiores do Grande ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano).

Dessas três, em São Caetano foi onde o preço médio dos imóveis subiu mais no mês passado (0,48% em relação a setembro), mas também é o município que tem a menor variação acumulada no ano até outubro: 2,31%. Os mercados imobiliários de Santo André e São Bernardo, por sua vez, registram altas, respectivamente, de 0,23% e 0,22% no mês, e de janeiro a outubro acumulam variação de 3,64% e 2,51%, também nessa ordem.

Enquanto isso, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem elevação estimada de 8,48% nos primeiros dez meses de 2015 (agregando projeção de taxa de 0,78% para o mês passado, já que o IBGE ainda não divulgou esse indicador).

Os números mostram que a tendência de queda no valor dos imóveis residenciais continua, assinala o economista da Fipe Raone Costa. Segundo ele, a crise, com o desemprego crescente e a inflação alta, entre outros fatores, contribui para afugentar o consumidor, que adia a compra do apartamento. Ele avalia que esse ritmo de baixa deve continuar nos próximos meses. “Não há sinais de melhora na economia”, afirma.

OPORTUNIDADE - A queda real (descontando a inflação) dos preços dos imóveis, neste ano, pode ser oportunidade para bons negócios, para quem tem dinheiro guardado e busca descontos, segundo empresários do ramo. O proprietário da Colicchio Imóveis, de Santo André, Miguel Colicchio Neto, conhecido como Guta, exemplifica. Ele cita que apartamento na Vila Assunção de 140 m² de área útil, todo mobiliado, com duas vagas de garagem, está saindo por R$ 600 mil, ou seja, R$ 4.286 o m². Está abaixo da média do valor do metro quadrado em Santo André (R$ 5.062) apontado na pesquisa da FipeZap. “Esse é só um exemplo”, disse.

Costa, no entanto, discorda que esse seja um bom momento para a compra, já que o imóvel deve seguir perdendo valor. Ele assinala, porém, que é difícil saber quando os valores vão reverter essa tendência e começarem a subir.