Considerada essencial pelo governo do Estado para evitar colapso no abastecimento, a Represa Billings vem preocupando especialistas da região. Isso porque camada de plantas conhecidas como macrófitas tomou conta do reservatório. O problema já havia sido constatado pelo Diário há exatamente um ano em São Bernardo. Desta vez, a camada foi encontrada no Riacho Grande, em São Bernardo, próximo à Rodovia Anchieta.

A especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes afirma que a situação preocupa em razão do excesso dessas plantas na margem do reservatório. “O que estamos vendo são as chamadas macrófitas, também conhecidas como lentilhas- d’água. São plantas aquáticas flutuantes extremamente pequenas. São utilizadas como despoluidoras de águas, porém, quando em excesso, podem indicar grande despejo de matéria orgânica oriunda de esgoto doméstico não tratado. Como sabemos que é o caso da Billings.”

Para o especialista em poluição ambiental e professor da FSA (Fundação Santo André) José Carlos Mucciacito, outro ponto que preocupa é a exposição de moradores no entorno do manancial. “Pessoas que residem próximo à região da Prainha e usam o local como lazer para pesca ou esportes devem tomar cuidado, pois esse contato com a água pode causar doenças de pele ou digestivas.”

De acordo com a Sabesp, a presença de algas é comum em reservatórios localizados em áreas de grande adensamento populacional, caso da Represa Billings. Segundo a companhia, “esses locais recebem constantemente o manejo ou controle dessas ‘algas’, sem trazer qualquer prejuízo à produção de água potável, o que garante a qualidade da água fornecida aos seus clientes.”