Política Titulo Editorial
Indústria química em xeque
Do Diário do Grande ABC
30/10/2015 | 08:52
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Aline Pietri/DGABC


A ameaça da Petrobras de encerrar o fornecimento de nafta, derivado do petróleo, para a indústria química coloca em risco a sustentabilidade do setor no Brasil. Para o Grande ABC, sede do mais antigo polo petroquímico nacional, a medida provocaria estragos gravíssimos. Mauá, por exemplo, deve 60% de sua arrecadação de impostos às empresas do segmento. Abrir mão dessa receita poria as finanças municipais em colapso.

Estima-se que as companhias petroquímicas instaladas na região empreguem cerca de 31 mil trabalhadores, entre diretos e indiretos. Para mantê-los, empresários do setor cobram a assinatura de acordo de longo prazo para o fornecimento de nafta, com duração de cinco anos, prorrogáveis por idêntico período. Atualmente, o provimento é garantido por aditivos ao contrato original, renovados a cada seis meses, o que cria instabilidade e insegurança no setor produtivo.

A Petrobras, que detém o monopólio na comercialização do produto, o principal insumo da indústria petroquímica, resiste em fechar o negócio porque pretende manter a cotação da nafta vendida no mercado europeu. Por sua vez, os clientes pretendem vincular o contrato de longo prazo ao preço internacional do petróleo. O impasse já dura um ano e criou ambiente de desconfiança que aterroriza trabalhadores e empreendedores do setor.

Como o acordo precário em vigor vence amanhã e diante da pressão exercida pelos parceiros comerciais, a Petrobras anunciou ontem que vai promover novo aditivo, “viabilizando a manutenção do fornecimento durante as negociações de um contrato de longo prazo”. Pois que se agilizem os trabalhos. A conservação do imbróglio, de acordo com informações fornecidas pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), coloca em xeque circulação de recursos da ordem de R$ 3 bilhões na economia nacional. O desenvolvimento do País, e também das cidades do Grande ABC, não pode prescindir desse dinheiro, ainda mais em tempos de crise financeira. Que o entendimento ocorra rapidamente. Todos à mesa de reunião.
 




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