Cerca de 80 trabalhadores demitidos pela prestadora de serviços de engenharia de qualidade Racing Automotive que atuavam dentro das instalações da Volkswagen em São Bernardo seguem sem receber as verbas rescisórias. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que acompanha a situação dos empregados na fábrica da região, a empresa terceirizada da montadora depositou o pagamento do adiantamento do salário dos 220 funcionários (140 da área administrativa e outros 80 de atividades operacionais) na unidade Anchieta, mas não deu prazo para pagar os que foram mandados embora.

Ontem houve outra assembleia na planta fabril da Volkswagen, em que o diretor de base do sindicato, Ricardo Peres, o Kiko, afirmou que a montadora vai rescindir o contrato com a Racing no dia 31 de novembro e colocar outra empresa no lugar. Com isso, boa parte dos funcionários dessa terceirizada que ainda estão no local também deve perder o emprego. Durante o ato, o dirigente citou ainda que a entidade dos trabalhadores planeja, na próxima semana, paralisação conjunta com todas as planta da Volkswagen no País para tentar acertar a vida dos terceiros.

Um dos funcionários da Racing entrou em contato com a equipe do Diário para relatar que, além do atraso de mais de um ano nos depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e no recolhimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a terceirizada não pagou o custo de locações de carro e as locadoras estão cobrando dos funcionários. “E cobrou multas de trânsito do pessoal e não repassou os valores e agora estamos sendo cobrados de novo”, disse o empregado, que preferiu não se identificar. Ele acrescentou que a companhia informou que as férias estão canceladas e ameaça não depositar os salários no dia 5. Nem a Racing nem a Volks comentam a respeito.