Um roubo, seguido de resistência por parte da vítima, acabou na morte do acusado Ibrahim Pacheco de Oliveira, 20 anos, por volta das 20h de domingo na altura do número 1.278 da avenida Portugal, em Santo André. Ele morava na Vila Lucinda, no município. De folga e à paisana, o policial militar R.S.D., 33, estava com seu carro, um Celta prata, estacionado na via quando foi abordado por Ibrahim. Armado e acompanhado da adolescente C.S.O., 17, o acusado anunciou o assalto.

Depois de resistir à voz de prisão e ameaçar disparar contra o policial, que já estava do lado de fora do veículo, o assaltante foi atingido por um tiro pelo militar. Mesmo assim, fugiu com o carro em alta velocidade. Menos de 500 m adiante, o ladrão bateu com o veículo contra uma árvore, violentamente. Ibrahim foi socorrido ainda com vida por uma UR (Unidade de Resgate) do Corpo de Bombeiros e levado para o Centro Hospitalar, mas não resistiu ao ferimento.

Segundo o policial, ao entrar no carro, o acusado fez menção de usar a arma que trazia. Foi quando ele sacou o revólver e disparou um tiro contra o ladrão, que saiu em alta velocidade pela avenida Portugal, sentido Centro, com a menor sentada no banco de passageiros. Em seguida, sem o celular, que Ibrahim também havia roubado, o militar correu até um telefone público e viu o carro batido contra a árvore. Ao chegar ao local, reconheceu a adolescente – ela já estava fora do carro – e o rapaz, ainda no carro, com a camisa suja de sangue.

Um casal, que pediu para não ser identificado, estava com o carro à espera de o semáforo abrir no cruzamento da avenida Portugal com a rua Venezuela, quando ouviu o barulho da batida do Celta contra a árvore. “Olhamos para trás e vimos o acidente. Na hora, resolvemos descer e tentar socorrer as vítimas”, disse o rapaz, morador em Santo André. A testemunha afirmou que a adolescente C.S.O. saiu do carro, meio atordoada e chorando muito, segurando uma mochila e uma arma.

“Embora não tenha entendido nada, peguei a arma e coloquei-a dentro de um cesto de lixo com grade do outro lado da calçada. A garota estava bastante nervosa”, afirmou a testemunha. Contudo, C.S.O., que mora no mesmo bairro do rapaz, segundo teria dito aos policiais, negou ser “conhecida de Ibrahim”.

No hospital, amigos e parentes do acusado se negaram a falar com a reportagem do Diário. A adolescente, que sofreu ferimentos leves, foi medicada no Centro Hospitalar e levada para o 1º Distrito Policial de Santo André, onde o delegado Siulen Vieira Leung ouviu o seu depoimento e a encaminhou à Vara da Infância e da Juventude.