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Após ser extinta, CPMF pode voltar no 'pacote' da reforma tributária
Do Diário OnLine
14/12/2007 | 14:53
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Apesar de ter sido derrubada na madrugada na madrugada desta quinta-feira no plenário do Senado Federal, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto que deixará de existir a partir de 1º de janeiro de 2008, poderá voltar a ser cobrada da população brasileira no decorrer do ano.

Nesta sexta-feira, os líderes dos principais partidos de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PSDB e DEM), maiores responsáveis pela extinção do tributo, admitiram que ele poderá sim voltar a existir no próximo ano.

De acordo com o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a volta do imposto deve ser discutida no âmbito da reforma tributária. "Podemos discutir uma nova CPMF, mas amarrada ao compromisso de reforma tributária. O que não podemos aceitar é prato feito, pacote fechado. A CPMF do formato atual, não aceitamos, mas pode-se colocar um 'botox', tirar umas gordurinhas", assinalou.

Para o parlamentar do Piauí, a luta dos democratas sempre foi contra o aumento da carga tributária, e não especificamente contra a CPMF. Por isso, ele não considera esta mudança de postura um recuo. "O principal erro foi do governo ao partir para o ataque contra a oposição", declarou.

Segundo Heráclito, assim que a proposta de reforma tributária for enviada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional começará imediatamente a ser discutida. "A reforma pode chegar aqui no Senado até amanhã, que poderemos assumir o compromisso de votar nos três primeiros meses do ano que vem".

'Morreu' –
Já o senador Pedro Simon, que chegou a defender a CPMF se a verba do imposto fosse destinada integralmente à saúde, proposta que chegou a ser feita pelo presidente Lula antes de a Contribuição ser rejeitada no Senado, também defendeu nesta sexta-feira a CPMF como imposto permanente dentro da reforma tributária.

"Mas o retorno do imposto isoladamente é irracional. A CPMF da forma como existia já morreu", afirmou. Ele ainda aproveitou a oportunidade para criticar os tucanos, que na quinta cogitaram a possibilidade de volta do tributo 'à moda antiga'. "Não dá para entender o PSDB dizendo que dá para recriar", protestou.

Para Pedro Simon, tanto os senadores do PSDB como os de DEM agiram apenas com a emoção ao extinguirem o tributo em votação no Senado. "Pessoas racionais sabem da importância da CPMF", reiterou.

Reforma tributária –
O governo ainda não sinalizou sobre quando pretende enviar ao Congresso Nacional a proposta de reforma tributária. No entanto, com o fim da CPMF, ela deve chegar logo no início de 2008, pois o Planalto não pretende perder arrecadação.



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