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Ciça, dez ouros em Jogos Abertos
Das Agências
26/10/2007 | 14:41
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O nome dela é Maria Cecília de Almeida Maia, 41 anos, conhecida como Ciça. Essa carioca de 41 anos já passou fome, morou em orfanato, conheceu o mundo das drogas e até se prostituiu. Agora é uma das maiores campeãs do caratê brasileiro. Na tarde de quinta-feira, Ciça subiu ao pódio em Praia Grande para receber a sua décima medalha de ouro em Jogos Abertos do Interior, na categoria peso médio (até 60kg), defendendo a cidade de Barretos.

A história de superação de Ciça começou quando a atleta tinha pouco mais de 10 anos. De família humilde e de muitos irmãos, não teve o que comer por semanas, passou frio nas ruas e até se drogou. "Foram tempos difíceis que acho melhor esquecer. Deus tinha guardado algo bem maior para mim", conta ela, que trabalhou como babá em várias casas. Numa dessas ocasiões apareceu a oportunidade. "Fui levar o bebê que eu cuidava na escola e a diretora gostou de mim. Disse que eu lidava bem com crianças. Comecei a trabalhar e lá mesmo aprendi caratê".

Com 19 anos e pouco mais de oito meses de treinamento veio o primeiro desafio de Ciça. "Meu técnico me inscreveu num campeonato quando eu era faixa amarela, mas não na minha categoria, e sim na de faixas verdes até roxas. Eu adorava lutar e era um sonho se realizando. Fui terceira no campeonato. Não tinha uma pessoa que não elogiava."

Após o primeiro torneio, Ciça tomou gosto pelo esporte e aprendeu também que deveria buscar uma religião. "Pensava muito em violência e vi que não podia ser assim. Deus nos dá um dom, algo bom, mas não para usarmos somente para nós. Temos de compartilhar isso com as outras pessoas. É ruim ser egoísta" - contou Ciça que, aos 21 anos integrou o Ministério dos Atletas de Cristo. Atualmente ela ministra palestras para crianças carentes no Rio de Janeiro e em Barretos, onde vai a cada dois meses.

Ciça é casada há 14 anos com o ex-goleiro do América do Rio, Fábio Maia, e tem três filhos. Ana Carolina, 12 anos, Ana Bárbara, de cinco, e Fábio, o caçula de apenas dois anos. A atleta está no Guiness Book, o livro dos recordes, como a primeira latina a ganhar de uma carateca japonesa em pleno Japão. O feito foi realizado em 1992. "Já tinha perdido para ela em 90 e em 91, aí apareceu o Mundial de 92, peguei ela (sic) pela frente e ganhei. Foi um presente de Deus." Quando criança, Ciça gostava de assistir filmes do Bruce Lee. "Antes de entrar para o Ministério de Deus eu só pensava em bater, dar pancada. Depois que comecei a entender os propósitos de Deus, mudei muito", conclui a atleta, que atualmente acumula um bicampeonato mundial open, um tetracampeonato brasileiro, pan-americanos e vários opens, entre eles o de Paris.




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