Economia Titulo Protesto
Terceiros na Volks param por falta de pagamento

Trabalhadores da Racing, prestadora de serviços que atua na fábrica Anchieta, ficam sem receber

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
22/10/2015 | 07:03
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Cerca de 140 funcionários da Racing Automotive, empresa terceirizada da Volkswagen, que atuam dentro da fábrica Anchieta da montadora cruzaram os braços ontem em protesto pelo atraso no pagamento dos salários e também em solidariedade a outros que já perderam o emprego neste ano e não receberam as verbas rescisórias. A mobilização ocorre ainda porque a companhia, que presta serviços na área de engenharia de qualidade e outras (faturamento, compras, levantamento de custos, abastecimento de combustíveis, por exemplo) na planta fabril não deposita há mais de um ano o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Ontem houve assembleia que decidiu pela paralisação, para pressionar a Racing a regularizar os pagamentos. Apesar do pequeno número de empregados da prestadora – perto dos cerca de 11,8 mil diretos da fabricante –, eles atuam em áreas-chaves da Volks. Segundo o diretor de base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Ricardo Ferreira Peres, o Kiko, o momento do setor é de crise, mas não dá para deixar de pagar os funcionários. “A gente está cobrando a Volkswagen (que tem responsabilidade subsidiária, já que os funcionários terceiros atuam dentro de suas instalações)”, afirmou. A montadora foi procurada pela equipe do Diário, mas informou que não iria comentar sobre essa questão. A Racing não retornou a ligação para passar posicionamento a respeito.

“Como é que a gente fica, eu sou pai de família, tenho contas para pagar”, afirmou um dos demitidos, que perdeu o emprego há três meses e até agora não viu o dinheiro da rescisão. Outra pessoa contatada pela equipe do Diário e que segue trabalhando como terceiro na fábrica disse que a empresa não pagou o adiantamento e sinalizou que não vai liberar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

CAMPANHA SALARIAL - Metalúrgicos de mais um segmento industrial, do ramo de forjarias, na base da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Grande ABC, conquistaram acordo salarial. Isso porque a FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo) acertou com o sindicato patronal dessa atividade a aplicação de 9,88% de reajuste, que significa a reposição da inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos últimos 12 meses até agosto.

Agora, do Grupo 3, formado pelos sindicatos dos setores de parafusos, forjarias e autopeças, este último foi o único que não aceitou oferecer o INPC. Neste caso, as negociações estão ocorrendo por empresa.  




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