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Obras de corredores não avançam

Prefeitura de São Bernardo tinha estimativa de que todas as construções ficassem prontas em 2016, entretanto, algumas sequer foram iniciadas

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
22/10/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Anunciada em abril de 2012 pela Prefeitura de São Bernardo como um dos maiores investimentos na área, a segunda etapa do Programa de Transportes Urbanos, que prevê aporte de USS 250 milhões (cerca de R$ 984 milhões) para a construção de 11 corredores e quatro terminais, avança a passos lentos. Passados três anos da promessa feita pela gestão do prefeito Luiz Marinho (PT), nenhum dos 12 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus previstos para serem entregue até o início de 2014 foi finalizado.

O início das obras para construção do Terminal Alves Dias é um exemplo das dificuldades que a Prefeitura de São Bernardo vem encontrando para executar as ações do programa. Isso porque a ordem de serviço para o início dos trabalhos só foi assinada 42 meses após o projeto executivo ter sido finalizado.

Na época, a previsão era que a obra fosse uma das primeiras do Programa de Transportes Urbanos a serem entregues para a população. O terminal, que será construído onde atualmente funciona o Esporte Clube Triângulo, na Rua Cristóvão de Barros, 170, no bairro Assunção, terá área de mais de 10 mil m² e será responsável por atender regiões de grande densidade populacional, como os bairros Alvarenga e Cooperativa, que juntas tem 17 linhas municipais que transportam mais de 1,1 milhão de pessoas por mês. Apesar disso, a obra, que tem investimento previsto de cerca de R$ 15 milhões, só deve ser concluída na próxima gestão, já que a previsão da Prefeitura é que os trabalhos durem até 24 meses após a assinatura da ordem de serviço.

Outra obra prometida em 2012 e que ainda não teve início é a construção do Corredor Alvarenga, que terá duas etapas. A primeira inclui o trecho entre a Praça Giovanni Breda até a Rodovia dos Imigrantes e a segunda, da rodovia até a divisa de Diadema. No domingo, Marinho anunciou que somente no dia 8 de novembro será assinada a ordem de serviço para execução dessa construção. “Só não fizemos esse lançamento hoje (domingo) porque dependíamos de licença ambiental, que já foi liberada.”

A segunda etapa do Programa de Transporte Urbanos tem investimento municipal e financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). No projeto estão inclusas as construções dos corredores Faria Lima, Jurubatuba, Montanhão, Ferrazópolis, Rotary, Capitão Casa, Castelo Branco, Galvão Bueno, João Firmino e Senador Vergueiro. Os outros três terminais previstos serão nos bairros Batistini, Vila São Pedro e Rudge Ramos. A Prefeitura ainda está com as obras do Corredor Leste Oeste em andamento.

Questionada sobre o atraso desde segunda-feira, a Prefeitura de São Bernardo não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

 

Usuários reclamam do atraso das intervenções

 

Enquanto as obras dos corredores e terminais de ônibus em São Bernardo não saem da promessa, os usuários do sistema afirmam não acreditar na entrega dos projetos.

“Está tudo parado. Parece que nunca terminam essas obras e o pior de tudo é que o trânsito está cada dia mais travado, principalmente no Centro, onde tem também o (Projeto) Drenar, que é outro que não termina”, reclama a auxiliar de cozinha Edimelia da Silva Soares de Sousa, 41 anos.

Sem previsão para conclusão das intervenções, moradores do município se veem obrigados a se acostumar com um sistema que impõe diariamente obstáculos a quem depende do Transporte público. “Moro próximo à Avenida Humberto Alencar Castelo Branco e lá encontro muita dificuldade para acessar as linhas municipais. Com os terminais, poderíamos fazer baldeação, mas, por enquanto, é só promessa”, relata a analista de sistema Jeniffer Nunes Lima Machado, 29.

Para a ajudante de cozinha Roselaine Teixeira da Silva, 38, atualmente a situação do Transporte municipal é “uma verdadeira encrenca.”

Segundo o desempregado Mizael Gomes da Silva, 59, há anos os ônibus municipais estão em situação precária. “Está do mesmo jeito faz tempo. As pessoas precisam pegar vários ônibus justamente porque não tem interligação entre as linhas.”

Sem corredores exclusivos e com obras em ritmo lento em diversos pontos, São Bernardo vê seu sistema viário à beira de um colapso. O município registra diariamente 21 pontos de congestionamentos, a maioria na região central da cidade. De acordo com a Prefeitura, estima-se que em horários de pico a extensão dos engarrafamentos chegue à média de 30 a 35 quilômetros.




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