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Bolsa de Artes faz último leilao do ano
Do Diário do Grande ABC
06/12/1999 | 16:23
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O pintor Cícero Dias e os abstratos dos anos 60 sao as estrelas do leilao que a Bolsa de Artes promove nesta terça-feira (07), no Hotel Copacabana Palace, no Rio. É o terceiro e último de 1999, um ano em que o mercado de artes esteve aquecido apesar da alta do dólar. "Alguns artistas nao conseguiram acompanhar a moeda americana, mas houve aqueles, como Guignard, que valorizaram em dólar", disse o presidente da Bolsa de Artes Jones Bergamin. "A compra de um "Vaso de Flores", de Guignard, pelo deputado Ronaldo César Coelho, aqueceu o mercado."

Di Cavalcanti é o artista com mais obras no leilao. Sao 11 quadros e uma caricatura de Mário de Andrade, em grafite e nanquim sobre papel, com assinatura, mas sem data. Mas Guignard continua sendo o artista mais caro e lidera os preços do leilao. Seu quadro "Ouro Preto", um óleo sobre madeira, de 1960, está estimado entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Os que mais se aproximam desse preço sao "Cabeça de Mulher", também um óleo sobre tela, de Portinari, e "Menina", de Alfredo Volpi.

O quadro "Nostalgia", de Cícero Dias, um óleo sobre tela de 1950, reproduzindo uma roda de choro, e uma aquarela de Alexander Calder, datado de 1957, também sao quadros importantes do leilao por terem pertencido a colecionadores famosos. "Cícero Dias foi de Carlos Lacerda e o Calder, da poetisa Elizabeth Bishop, que o ganhou do autor, quando morava em Petrópolis com Lota Macedo Soares," conta Bergamin. "Quando um quadro tem um currículo desses, o valor aumenta."

Há também curiosidades, como uma rara paisagem de Iberê Camargo e os quatro quadros de Tomás Santa Rosa, mais conhecido como cenógrafo do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), nos anos 50. Há também uma "Madona com Menino", escultura em bronze de Bruno Giorgi, e "Acrobatas", de Humberto Cozzo, difíceis de encontrar no mercado. Desenhos de Tarsila do Amaral para ilustraçoes de livros e revistas também sao atraçao do leilao, confirmando uma tendência observada por Jones Bergamin: "As obras em papel estao atraindo os colecionadores e ficando mais valorizadas."

Mas a grande novidade é a presença maciça dos pintores abstratos do fim dos anos 50 e início dos anos 60. Rubem Gershman, Iberê Camargo, Mira Schendel, Antônio Bandeira e Manabu Mabe recheiam o acervo do leilao, cuja única obra estrangeira é a aquarela de Calder. "Em outras oportunidades, tivemos quadros e gravuras de Picasso e Debret, mas desta vez só conseguimos captar obras de brasileiros", disse Bergamin.




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