São Bernardo tem duas novidades em artes visuais para esta semana. Uma é a modesta, mas importante, homenagem que a Biblioteca de Arte presta ao centenário de nascimento de Lívio Abramo (1903-1992), um dos mais conceituados gravuristas brasileiros. A outra, na Câmara de Cultura Antonino Assumpção, é a mostra de artistas selecionados para o programa anual de exposições da cidade: Antonio Aguillar e Christina Meirelles.

Duas litografias de Abramo datadas de 1985 e intituladas Mamutes I e Mamutes II ficarão em exibição na Biblioteca de Arte das 14h de quinta-feira até 26 de junho. Elas pertencem à Pinacoteca de São Bernardo, espaço que, junto com a biblioteca, forma o Espaço Henfil de Cultura (tel.: 4125-4755).

As duas obras integram a série Pré-História para Crianças, da qual a parte técnica foi realizada por Roberto Gyarfi, o Alemão, mestre impressor que mantém ateliê em Santo André. “Abramo assinou três litos que simbolizam mamutes e falou em dar prosseguimento à série. Porém, ele adoeceu e não continuou o trabalho”, diz Alemão.

O paulista Abramo, importante expressionista brasileiro, também é homenageado em São Paulo pelo Museu de Arte Moderna (tel.: 5085-1300), que apresenta até 29 de junho a exposição Lívio Abramo: 100 Anos. São 90 obras dos anos 30 aos 80, entre xilogravuras, linóleos, litografias e desenhos.

A mostra de Antonio Aguillar e Christina Meirelles, a partir das 20h de quinta na Câmara de Cultura (tel.: 4125-0054), tem como base a fotografia. Aguillar trata da foto enquanto memória e expõe uma série que aborda sobretudo o cotidiano no Brasil dos anos 50. Christina mostra Fotos Pictóricas, série que discute questões referentes à pintura.

Henfil – No Espaço Henfil de Cultura há duas outras mostras já em cartaz: uma individual, de Eduardo Srur, e uma coletiva, chamada Linhas e Planos. A exposição de Srur, 29 anos, chamada Celestial, reúne 14 pinturas a óleo e pode ser vista até 14 de junho. O artista plástico paulistano foi premiado no 9º Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo (realizado de novembro a janeiro passados) e isso lhe deu direito à individual. Srur também foi selecionado na 31ª edição do salão de Santo André (em cartaz até 21 de junho, no Paço Municipal).

“Minha pintura nasce a partir de registros fotográficos: a foto serve como referencial. Para a série Celestial, captei imagens do céu. Esse trabalho teve uma espécie de fusão com uma série minha anterior, a dos contêineres”, afirma.   “O contêiner é um elemento universal e padronizado. Ele é visível na pintura, mas seu conteúdo é um mistério. Ao colocar esse elemento simbólico em uma paisagem celestial, transmito um sentido espiritual”, diz.

Já Linhas e Planos reúne (até o próximo sábado) 36 trabalhos como pinturas e desenhos, os quais foram pinçados do acervo da pinacoteca. Em comum está o fato de todos serem abstratos. O abstracionismo, no entanto, não é tratado de forma didática: não são abordadas nem as diversas facetas da abstração ao longo da história da arte brasileira e nem mesmo um período em especial.

Emanoel Araujo, Amilcar de Castro, Volpi, Sacilotto e Arcangelo Ianelli são alguns dos artistas que têm trabalhos nesta exposição bastante atraente do ponto de vista estético, mas que deixa a desejar por não aprofundar-se na temática.

Gruber – Na Pinacoteca de São Caetano (tel.: 4221-9008) o assunto é a área central de São Paulo. Cinco pinturas e três litografias assinadas por Gregório Gruber voltadas à temática entram em contato com outras quatro obras do artista (premiadas em 1976 no hoje extinto salão de arte contemporânea da cidade, sobre o qual há uma retrospectiva em cartaz no local). Lúcio Tamino e Lorena Hollander, filhos de Gruber, expõem ao lado do pai, até 30 de junho.