Economia Titulo Veículos
Volks para produção durante duas semanas

Motivo é a falta de bancos; considerando os 10 dias úteis, deixarão de ser fabricados 13,5 mil carros

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/10/2015 | 07:28
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Celso Luiz/DGABC


A unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo, ficou com a fabricação de veículos parada nesta semana e vai prosseguir sem atividade produtiva na próxima. Com isso, os funcionários da área fabril estão em casa nesse período, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que informa ainda que a justificativa é a falta de bancos automotivos para abastecer a linha de montagem. A empresa foi procurada pela equipe do Diário, mas preferiu não comentar a respeito.

Segundo o sindicato, por dia a unidade produz 1.350 carros. Considerando os cinco dias úteis de cada semana em que não haverá fabricação, deixarão de ser produzidos 13,5 mil veículos no período.

Desde o ano passado, o problema de desabastecimento desse tipo de autopeça vem sendo recorrente. Pelo menos é o que os empregados têm sido informados como motivo para a companhia interromper a fabricação. Exatamente um ano atrás, em 2 de outubro de 2014, a empresa havia dado folga (com desconto no banco de horas), o que supostamente teria ocorrido pela quebra de produtora de tecidos que atendia a fornecedora de bancos. Depois, em março deste ano, a Volkswagen ficou dois dias sem produção pelo mesmo motivo, segundo o sindicato.

Apesar da justificativa, a interrupção pode servir para reduzir um pouco mais os estoques, já que as vendas do setor seguem em retração. Em setembro, o total de veículos novos emplacados foi 3,8% menor que em agosto, o que, no acumulado do ano, já significa retração de 22,7% no volume comercializado na comparação com igual período de 2014. O setor contabiliza 52 dias de estoques – segundo especialistas, o ponto de equilíbrio seriam 30 dias.

A parada também pode ter sido influenciada pela necessidade de reprogramação da linha de montagem para o PPE (Programa de Proteção ao Emprego). A Volkswagen decidiu adotar esse instrumento legal a partir deste mês, com a aprovação dos trabalhadores, em que reduz a jornada em 20% e o salários em 10% – com outros 10% do salário bancados com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

TERCEIRIZADA - Persistem problemas relacionados à falta de pagamento de verbas rescisórias de funcionários da Racing Automotive, de Curitiba (Paraná), prestadora de serviços que atua dentro da área de qualidade da fábrica da região. A montadora teria rompido o contrato com a Racing, o que resultará no corte de 300 postos até dezembro.

Além de não pagar as rescisões, a terceirizada também não deposita o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) há 15 meses, de acordo com fontes internas. Nenhuma das duas empresas quis comentar essas informações.
 




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