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Abril é mês de vacina antigripe
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
07/04/2001 | 16:03
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Dores no corpo e de cabeça, febres, garganta inflamada, tosse, coriza e aquele mal-estar tão conhecido – os sintomas da gripe costumam durar cerca de uma semana e trazer muito desconforto ao paciente. Com a chegada do outono, começam as campanhas preventivas e muitas pessoas ainda têm dúvidas entre tomar ou não a vacina contra a gripe.

Segundo o médico Munir Akar Ayub, do Hospital Brasil e professor de Doenças Infecciosas na Faculdade de Medicina do ABC, a época ideal para tomar a vacina é o mês de abril. “Somente após 15 dias da aplicação, a vacina faz efeito. Por isso, não adianta esperar a chegada do inverno para se vacinar”, disse.

Muitas pessoas acreditam que a vacina contra a gripe pode causar reações e até a própria doença. “Cerca de 5% das pessoas apresentam reações, que geralmente são dores no corpo e indisposição. Não há nenhuma possibilidade de a vacina causar gripe, pois ela é feita com a proteína do vírus”, disse Ayub.

A cada ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) pesquisa os três vírus mais freqüentes para que a vacina seja elaborada – neste ano, serão usadas duas cepas (variedades de vírus) presentes nas vacinas do ano passado e uma cepa nova. Como o vírus causador da gripe está em constante mutação, a eficácia do medicamento é estimada em 70%. De acordo com Ayub, contudo, a cada ano que a pessoa é vacinada, aumenta a sua resistência à doença.

Neste ano, a maior novidade sobre vacinas contra a gripe é um lançamento de uma indústria italiana que promete maior eficácia (85%) e menos reações. “Ainda não podemos afirmar que haja maior imunização. Quanto às reações, podem realmente ser menores devido à nova formulação”, disse Ayub.

Apesar das campanhas públicas de vacinação contra a gripe no Brasil serem direcionadas para os idosos (ver quadro abaixo), a imunologista Rosa Alta Goldfarb Gorescu, da Faculdade de Medicina do ABC, acredita que todas as pessoas devam se prevenir. “O vírus predispõe pessoas já debilitadas a outras doenças mais graves, como a pneumonia e a septicemia. Mas todos que quiserem evitar os efeitos desagradáveis da doença devem tomar”, disse.

Rosa alerta para as diferenças entre gripe e resfriado, que comumente geram confusão – a febre e as dores musculares são os sintomas que diferenciam a gripe dos resfriados. “As pessoas tomam o medicamento e depois, se pegam um resfriado, que é causado por outros vírus, acham que foi culpa da vacina”, disse.

Segundo os especialistas, não há contra-indicações para o medicamento. Apenas alérgicos a mertiolate e mulheres grávidas são desaconselhados a tomar a vacina. “As outras pessoas podem tomar a vacina tranqüilamente, mas, em caso de dúvida, devem procurar seu médico”, disse Rosa.




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