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Falta de educação financeira cria endividados no País
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
29/06/2009 | 07:07
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A falta de educação financeira no País não prejudica os brasileiros apenas em seus investimentos como também os empurra para algumas ciladas. Uma delas é o cheque especial, principal vilão do endividamento e da inadimplência.

"O brasileiro não tinha convívio com o mercado financeiro até pouquíssimo tempo atrás, o que significa que ele ainda não tem dimensão da diferença que os juros fazem na conta final", lembra Alexandre Assaf, líder do Instituto Assaf.

O ambiente econômico nacional já desfavorece a concessão de crédito, prejudicada pelos altos juros praticados em todo o mercado. Assim, o cheque especial torna-se uma arma ainda mais perigosa. "Em um cenário de juros altos como o nosso, esse tipo de produto é suicídio, não há a mínima recomendação. O cheque especial tem de ser a última alternativa", ressalta Assaf.

O risco é ainda maior quando a utilização do cheque especial vem como uma extensão dos recebimentos da família. Esse comportamento é comum no Brasil, onde a educação financeira passa longe do dia a dia do consumidor. "As pessoas vêem a parcela que cabe no bolso e não percebem a quantidade de juros que estão pagando", acredita Assaf.

Até pouco tempo atrás, a ignorância financeira era mais uma das vantagens da venda de produtos financeiros para os Bancos. No entanto, hoje o cenário é um pouco diferenciado, tendo em vista medidas que obrigam um comportamento mais ético das instituilções financeiras. "Hoje temos uma certificação que é exigida dos gerentes dos bancos, de forma que eles podem passar a orientar melhor seus clientes", lembra Assaf. O consultor de finanças pessoais, Francis Hesse lembra que em algumas instituições, esse conhecimento se transformou na obrigação de orientar o consumidor acerca das melhores oportunidades. "Às vezes, o gerente chega a ir até o cliente para orientar a utilização do cheque especial. Ensinar o consumidor a escolher a linha de crédito mais adequada acaba saindo mais barato do que bancar a inadimplência."

CRISE - A exposição da crise internacional na mídia também trouxe mais interesse dos brasileiros pelas organizações e temáticas financeiras. "Toda crise tem um lado bom. Atualmente já estamos discutindo as vírgulas e as casas decimais da taxa Selic", comemora Assaf. "Isso é um grande avanço e mostra o início de um certo empenho em educação financeira."




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