Política Titulo Editorial
A vaca tosse. E muito
Do Diário do Grande ABC
01/10/2015 | 07:47
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Aline Pietri/DGABC


Pesquisa realizada pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), a pedido da CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra que subiu para 69% o percentual de brasileiros que rejeitam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) – ela é aprovada por 10%, de acordo com a mesma fonte. A baixa popularidade da petista tem fácil explicação. É que, no governo, ela pratica absolutamente tudo ao contrário do que havia prometido na campanha pela reeleição.

Torna-se público agora que, por exemplo, o Orçamento federal para 2016 zera o repasse de verbas para um dos braços do programa Farmácia Popular, criado em 2006 e que permite a compra de medicamentos com descontos de até 90% em relação ao preço praticado em drogarias das redes comerciais. Em 2015, o governo reservou R$ 578 milhões para o projeto, que tem hoje 34.514 lojas, entre próprias e credenciadas, distribuídas em 4.393 municípios.

O argumento do Planalto, para variar, é a ausência de verbas para dar continuidade ao programa. A notícia caiu como uma bomba. No Grande ABC, onde existem 11 farmácias próprias e 334 credenciadas, a apreensão é muito grande. Quem depende da subvenção do governo para comprar remédios está preocupado com a possibilidade de, até mesmo, precisar abandonar o tratamento por falta de dinheiro.

E pensar que a presidente do País é a mesma que, durante a campanha eleitoral, garantiu aos brasileiros que não iria cortar benefícios sociais em nenhuma hipótese. “Nem que a vaca tussa”, ela afirmou, em alto e bom som, em uma das oportunidades. E, pior, acusou seu adversário, Aécio Neves (PSDB), de ter a intenção de fazê-lo.

Triste País. Enquanto a população lamenta, estabelecimentos que comercializam remédios terão de adequar as placas publicitárias, que se tornaram famosas nos últimos nove anos, para “Aqui tinha Farmácia Popular”. O tempo verbal, infelizmente, faz toda a diferença. 




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