Após ser reeleita com a promessa de que não mexeria nas conquistas sociais da população mais pobre – “nem que a vaca tussa”, ela disse certa vez –, a presidente Dilma Rousseff (PT) frustra aquele que pode ser considerado o maior sonho do brasileiro, o de morar em residência própria. Reportagem publicada hoje neste Diário mostra que o contingenciamento orçamentário promovido pelo Planalto coloca em xeque a execução do programa Minha Casa, Minha Vida, que beneficiaria ao menos 16.250 famílias apenas no Grande ABC.

Para região que tem no deficit habitacional um de seus principais problemas, a notícia causa desesperança. A situação é crítica. Levantamento realizado pelo jornal aponta que 169.605 famílias estão em busca de lugar adequado para morar. Elas vivem, com condições insalubres, em favelas, cortiços e assentamentos espalhados pelas sete cidades. Outra parcela, pequena, recebe bolsa-aluguel, única maneira de evitar que habitem áreas de risco.

O represamento de repasses a projetos residenciais comprova mais um dos embustes utilizados pela petista para conseguir o segundo mandato. Dilma tende a passar para a história como a candidata que mais recorreu às mentiras para se manter no poder. Talvez estivesse se referindo a tais artimanhas quando, em março de 2013, durante evento com prefeitos paraibanos, na capital João Pessoa, ela assustou a plateia proferindo a frase que passou para a história: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”.

Pois foi exatamente o que fez. Infelizmente, Dilma iludiu a parcela da sociedade brasileira que mais precisa da ajuda do governo. Como não poderia deixar de acontecer, a verdade apareceu menos de um ano depois que a presidente assumiu o segundo mandato. Com o País quebrado, sem condições de arcar com suas contas, não houve alternativa além da de cortar gastos. Inclusive os sociais. Pior para aqueles que sonhavam com a casa própria.