A Câmara de Mauá deu aval ontem em definitivo o PME (Plano Municipal de Educação), com emenda do vereador Professor Betinho (PSDC), exigindo que a Prefeitura realize todos os anos pente-fino no número de vagas em creche, a fim de controlar o deficit e diminuir a fila de espera. O plano passou por unanimidade em segunda votação, sem menção à palavra “diversidade” e com veto ao debate sobre identidade de gênero nas escolas.

O projeto, agora, segue para sanção do prefeito Donisete Braga (PT). De acordo com o líder do governo no Legislativo, José Luiz Cassimiro (PT), o Executivo não pretende vetar as alterações feitas pelos parlamentares.

O texto enviado por Donisete citava como diretriz do plano à “garantia de princípios que dizem respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental”. A citação à palavra diversidade, porém, gerou insatisfação de grupos religiosos, que alegavam que o termo poderia “abrir brecha” para professores debaterem nas salas de aula sobre diferentes opções sexuais. Integrantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros), no entanto, argumentaram que a citação era genérica e que visa a discussão sobre diversidade cultural e racial nas escolas.

TUMULTO
Como na semana passada, a sessão foi tumultuada. De um lado, integrantes de igrejas católicas e evangélicas. Do outro, integrantes de movimentos sociais e LGBT, que criticaram ferrenhamente a postura da bancada do PT em apoiar a alteração do projeto, desrespeitando orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recentemente, o líder da legenda defendeu o debate contra a homofobia nas escolas e criticou os parlamentares da legenda que cedem à “pressão conservadora”.

Autor das emendas que retiraram o debate sobre igualdade de gênero, o petista Wagner Rubinelli classificou a fala de Lula como “opinião pessoal” do ex-presidente.