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Plano de fuga é frustrado na Cadeia de Sto.André
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
08/12/2003 | 19:53
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Um plano de fuga de detentos da Cadeia Pública de Santo André foi frustrado na madrugada desta segunda por investigadores do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). Um buraco de aproximadamente 4,5 m de comprimento – e com pouco mais de 1 m de altura – foi descoberto quando faltava apenas uma casca de concreto para possibilitar a fuga em massa. O túnel partia da cela 6 e sairia em um corredor lateral à cadeia.

A sede do Garra fica em um prédio anexo, na avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira, na Vila Palmares, o que facilitou aos policiais de plantão evitarem a fuga.

Na ação, pelo menos 30 presos poderiam ter conseguido a liberdade. Eles estavam encarcerados na cela 6 de uma das alas.

O delegado Alberto Mesquita, que dirige interinamente a cadeia, pediu à Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura Municipal de Santo André que o buraco fosse concretado até o final da tarde desta segunda.

A terra escavada foi armazenada pelos presos em cobertores e em calças jeans, costuradas nas pernas para improvisar um saco.

“Uma das alas teve de ser interditada para garantir a segurança dos funcionários municipais”, disse o delegado. Só depois de terminado o serviço é que os detentos seriam redistribuídos paras as outras celas. Apenas a de número 6 permaneceria fechada até a secagem total do concreto.

Mesquita acredita que o buraco tenha sido feito de sábado para domingo. “Fizemos uma revista na sexta-feira e encontramos celulares e cordas, mas nada que pudesse indicar a construção de um buraco”, explicou o delegado.

Interdições – A Cadeia Pública de Santo André está superlotada por conta das falta de vagas em cadeias da região e no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André. A unidade, uma das três que ainda recebe criminosos no Grande ABC, abriga atualmente 485 presos, mas o prédio tem capacidade para apenas 90 homens.

As cadeias de Ribeirão Pires e de São Caetano são as outras que recebem novas prisões. Com capacidade para 76 detentos, Ribeirão Pires também enfrenta superlotação. Atualmente, abriga 240 homens. São Caetano está com 230 presos em espaço para 96 deles.

Na cadeia de Mauá, interditada judicialmente, 130 presos dividem lugar entre as 72 vagas disponíveis. Em Diadema, também interditada, a situação é semelhante: onde deveriam estar apenas 60 detentos, há 226 presos.

No CDP de Santo André, cerca de 1,2 mil presos se espalham em lugar para apenas 560 homens.




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