Representantes da direção da fábrica Alcoa Alumínio se reuniram ontem, novamente, com o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, como parte da negociação em que a entidade dos trabalhadores busca reverter as 80 demissões anunciadas pela empresa na semana passada. As conversas, iniciadas à tarde, prosseguiram à noite, e até o fechamento desta edição ainda não tinham terminado.

Na quinta-feira, o sindicato havia realizado plebiscito na unidade fabril, por meio de votação secreta, em que os empregados decidiram favoravelmente, por ampla maioria, endereçar proposta de PPE (Programa de Proteção ao Emprego) para a fabricante. O programa consiste na redução em até 30% da jornada de trabalho e dos salários, sendo que metade da diminuição da renda é complementada com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Após o plebiscito, a entidade sindical levou a proposta à Alcoa, para tentar convencer a empresa a voltar atrás na decisão de mandar embora 80 funcionários – 20,5% do quadro de 390 empregados nessa fábrica. A companhia se dispôs a negociar, mas até ontem à tarde permanecia irredutível na decisão de demitir, e também não aceitava discutir a garantia de estabilidade de emprego para os outros funcionários, conforme informou o presidente interino do sindicato, José Braz, o Fofão.

Antes do novo encontro, a Alcoa afirmava que está reestruturando seu negócio com foco em suas fábricas do segmento de produtos extrudados (uma delas fica em Utinga, Santo André) para torná-lo mais competitivo, e que os cortes eram “uma difícil decisão necessária diante das condições de mercado”. “Reconhecemos o quanto isso afeta profundamente nossos funcionários e estamos trabalhando para apoiá-los por meio de ações de recolocação profissional e outras iniciativas de assistência”, disse a metalúrgica, por meio de nota.

ASSEMBLEIA - Fofão afirmou que o que tiver sido negociado com a empresa será levado a assembleia, na porta da fábrica, hoje, às 14h.