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Postos seguram preço da gasolina
Ana Macchi
Especial para o Diário
27/11/2004 | 13:42
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Graças à concorrência, grande parte dos postos de combustível da região ainda não havia realizado o aumento da gasolina e do diesel em suas bombas nesta sexta, data escolhida pela Petrobras para reajuste nas distribuidoras de gasolina (4,2%) e diesel (8%). Em postos nos quais a remarcação de preço foi feita, o valor médio ficou um pouco acima do previsto pelo Regran (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Grande ABC), de 5%. Isso implicaria um reajuste médio para o litro de gasolina de R$ 2,10 para R$ 2,20, enquanto o diesel passaria a ser comercializado a R$ 1,70.

Alguns dos revendedores que já trabalhavam os novos preços sexta vendiam a gasolina a R$ 2,29 e o diesel a R$ 1,73. Antes, o preço já era alto: R$ 2,19 e R$ 1,62, respectivamente. Outros que mantinham os combustíveis no preço antigo acreditam que os valores serão adaptados ainda neste fim de semana.

Para o presidente do Regran, Marcos Campagnaro, até segunda-feira todas as bombas terão os novos preços definidos. O sindicato não tem registros sobre a quantidade de postos que mantém os preços antigos, mas lembra que vários compraram combustível antes da última quinta-feira, o que garantiu estoque para o restante da semana.

Na avaliação de Campagnaro, os próximos dias também serão úteis para que as companhias distribuidoras entrem num consenso sobre o preço ideal para a venda de gasolina. "As companhias estão aproveitando o aumento para reajustar sua lucratividade. Várias repassaram um ajuste maior do que o que foi decretado pelo governo, coisa que não aconteceu com o diesel", disse.

Proprietários e gerentes de postos consultados pelo Diário disseram que o anúncio da Petrobras não resultou em longas filas de consumidores interessados em comprar o produto pelo preço antigo. "Nosso movimento não mudou", disse o proprietário do autoposto Baeta Neves, em São Bernardo, Maurício Antonucci, que vende o litro da gasolina a R$ 2,17 com reajuste previsto para R$ 2,23. Consumidores como a aposentada Terezinha Gabarro, 67, que costuma abastecer sempre R$ 70 passará a pagar R$ 71,70 por 33 litros de gasolina. A diferença é equivalente a uma passagem de ônibus. "Daqui a pouco só vai dar para andar a pé", reclamou.

Frete – O caminhoneiro João Aparecido Gonzaga, 50 anos, achou abusivo o aumento do diesel. "Isso não condiz com a realidade do país onde quase tudo é transportado por caminhão. Do jeito que a coisa anda, a saída vai ser voltar a trabalhar com gasolina", disse. Por causa do reajuste, Gonzaga terá de aumentar o valor dos fretes. "Estou com menos trabalho. Imagine como o preço do diesel em postos em rodovias vai disparar", reclamou.

As altas nos combustíveis também trouxeram prejuízos para os proprietários de postos. Por causa do reajuste do álcool, o funcionário José Paulo Silva, do posto Valbo, em São Bernardo, viu as vendas do combustível despencarem de R$ 5 mil para R$ 3,5 mil ao dia. No posto, que ainda não reajustou seus preços, a gasolina é vendida a R$ 1,99.

O presidente do Regran diz que consumidores devem ficar alertas para postos que continuarem comercializando gasolina a R$ 2 o litro. "Depois desse reajuste, gasolina abaixo de R$ 2 é problema."




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