Diante da baixa adesão explícita da classe médica na região ao boicote a 22 operadoras de saúde, o Movimento Médico do Grande ABC já planeja uma forma de convencer outros profissionais a deixarem de atender pacientes associados aos convênios boicotados. Segundo o presidente do Movimento Médico do Grande ABC Romildo Gerbelli, a estratégia irá consistir em incentivar os médicos que furam o movimento a atender seus pacientes mas, no lugar de preencher guias de convênios, cobrarem R$ 42 pela consulta – justamente o valor mínimo do piso reivindicado pela categoria às operadoras. Com isso, os pacientes são obrigados a pedir reembolso à empresa que oferece o plano de saúde. A ANS (Agência Nacional de Sáude) orienta que a cobrança só deve ser aceita pelo paciente depois que ele se certificar que a operadora de sáude irá ressarcir o valor pago.

“O sindicato ainda não sabe como fará para repercutir essa estratégia entre os médicos que estão furando o movimento”, afirmou Gerbelli. “Mas é uma tentativa, pois muitos não aderiram porque temem deixar o paciente na mão”. Ainda segundo o presidente do Movimento, mais dez profissionais não-adeptos ao boicote foram denunciados ao CRM (Conselho Regional de Medicina), totalizando 80 médicos. Nesta terça, de dez consultórios do Grande ABC contatados pelo Diário, apenas dois informaram que estão atendendo normalmente os planos Unihosp, Medial Saúde, Saúde ABC e Amesp – que integram a lista dos 22 boicotados. Em alguns casos, quando não negam o atendimento, o médico adia consultas já agendadas.

A ANS esclarece dúvidas por meio do Disque-ANS, que atende no telefone 0800-7019656.