O indicador principal de empresas da maior bolsa argentina perdeu quase 5% já este ano e a situaçao pode piorar se for mantida a desconfiança no Brasil, depois do impacto causado pela moratória da dívida no Estado de Minas Gerais.
Os investidores estao se livrando dos papéis das 18 companhias líderes do índice MerVal, sem discriminar balanços ou rendimentos.
``Um fator a ser levado em conta é que os fluxos de capitais volta à Europa e esta situaçao é demonstrada pelo volume de transaçoes, porque a América Latina nao pode fazer nada conta essa posiçao', disse Liliana Funes, analista do poderoso fundo de pensoes e aposentadorias Máxima.
O volume de transaçoes acionárias se havia robustecido a 45 milhoes de dólares na semana passada, mas dia após dia nao parou de cair, até situar-se em um magro montante de 22 milhoes segunda.
Depois de ter fechado um ano negro, o de 1998, com uma queda total de 37% pela onda de frio financeiro proveniente da Asia e da Rússia, a Bolsa local insinuava uma tímida recuperaçao, que se congelou subitamente.
Na verdade, o setor bursátil entrou na ``síndrome Itamar', por Itamar Franco, o governador de Minas Gerais e ex-presidente do maior sócio da Argentina, que quebrou as regras do jogo ao anunciar que nao se responsabilizará por uma dívida de US$ 15 bilhoes.
A irritaçao se instalou na Bolsa de Sao Paulo e daí em diante a desconfiança dos investidores se generalizou, comentou a gerente de investimentos Gloria Prusak, do Banco Credicoop.
A analista acrescentou que alguns economistas consideraram, inclusive, que o Brasil teria provocado a queda sofrida segunda pelo dólar ante o iene, em meio a especulaçoes sobre a repatriaçao de dinheiro pelos agentes japoneses.
Observou-se na Argentina que a força do iene japonês ocorre em um mau momento para o dólar, devido ao agravamento dos problemas fiscais brasileiros.
O presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, anunciou represálias financeiras contra o rebelde governador de Minas Gerais, enquanto os investidores abriram seus 'guarda-chuvas'.
``Sem dúvida, o mercado local acusa uma alta sincronia com Sao Paulo, mas também sofreu a influência da queda do índice norte-americano Dow Jones, desencadeada pela debilidade do dólar ante o iene', disse Luis Corsiglia, da casa corretora do mesmo nome.
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