No ano que vem, os Titãs devem lançar um documentário que cobrirá os 23 anos da banda paulista. As imagens já estão captadas – são mais de 200 horas gravadas, número que ainda pode crescer com filmagens mais recentes. O material vai aumentando e fica cada vez mais difícil editá-lo. “Todos os filmes que tentamos fazer deram errado na história do grupo”, disseram os integrantes, no lançamento do último disco, Como Vocês Estão?, no fim do ano passado.

A incerteza quanto à data ronda esse trabalho há anos, mas agora a finalização parece que realmente se dará em 2005. Branco Mello, titã desde a criação do grupo, em 1982, assumiu o trabalho de direção ao lado de Oscar Rodrigues Alves.

Há cerca de quatro meses, Mello dizia ter cerca de 40 minutos já pré-editados. Declarou também que estavam preparando o projeto para entrarem com pedido de recurso por meio das leis do audiovisual, de incentivo fiscal.

O documentário deverá costurar cenas de bastidores, filmadas pelos próprios músicos, com momentos da trajetória da banda, como uma “surreal” participação no programa dominical de Gugu Liberato, no SBT. “Algumas cenas serão censuradas por nós mesmos. Essas só poderão ser vistas depois que morrermos”, afirmaram os integrantes, em tom de brincadeira.

A biografia do grupo começa com a criação dos Titãs do Iê-Iê-Iê, formada por nove integrantes: Arnaldo Antunes, André Jung, Ciro Pessoa, Marcelo Frommer, Nando Reis, Branco Mello, Paulo Miklos, Sergio Britto e Toni Bellotto. Apenas os quatro últimos permanecem na banda, juntamente com Charles Gavin, que ingressou em 1984 ao substituir Jung.

Ciro saiu antes da gravação do primeiro disco, em 1984. Os trabalhos em carreira solo levaram Antunes (em 1992) e Nando Reis (2002). Frommer morreu em 2001.

Atualmente, além de preservar o nome Titãs, os remanescentes cuidam de projetos paralelos à divulgação do novo disco. Bellotto e Britto estão à frente da confecção de um songbook com o repertório completo da banda. Gavin planeja escrever um livro sobre capas de disco. Miklos estuda a continuação da carreira de ator (já fez O Invasor, de Beto Brant). E Mello faz a montagem do documentário.