A tese de que a regionalizaçao pode aumentar a política de incentivos fiscais foi defendida pelo ex-governador Ciro Gomes em outro evento realizado nesta sexta-feira, em Salvador. Conforme Gomes, se os governadores tiverem autonomia para fixar o salário mínimo regional, podem decretar valores baixos para baratear a mao-de-obra e usar isso como argumento visando a atrair novas empresas. O secretário da Fazenda da Bahia, Albérico Mascarenhas, admitiu que um dos atrativos da Ford para escolher o Estado foi exatamente a mao-de-obra barata mas sustenta que isso é apenas um dos fatores. "Na verdade, a empresa está fazendo vultoso investimento para treinar essa mao-de-obra local", disse.
Numa coisa os secretários da Fazenda concordaram na reuniao desta sexta-feira. A necessidade de se elaborar urgentemente uma única legislaçao para o Imposto de Circulaçao de Mercadorias e Serviços (ICMS) ponto principal da guerra fiscal. "As 27 legislaçoes estaduais sobre o ICMS acabam prejudicando a todos", comentou Bier, lembrando que essa distorçao "tem um custo enorme para a administraçao desses tributos.
Enquanto o assunto nao se resolve na Reforma Tributária, o secretário da Fazenda de Sao Paulo, Yoshiaki Nakano, informou que vai continuar movendo açoes contra os estados que concedem incentivos fiscais considerados ilegais. "Quem achar que Sao Paulo está fazendo o mesmo que reclame", disse. O secretário da Fazenda do Paraná, Giovani Gionetes, citou o exemplo do trigo para exemplificar a irracionalidade da guerra fiscal. "Sao Paulo entrou na Justiça contra os incentivos que concedemos à lavoura do trigo e nós entramos contra Sao Paulo pelo mesmo incentivo que ele concede ao trigo."
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