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De volta pra casa
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
15/08/2009 | 07:00
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Depois de longo período em que manteve seu olhar voltado à China, a atriz Lucélia Santos mergulha agora nos tipos facilmente encontrados no interior do Brasil. Com a finalização da produção sino-brasileira "Destino", duramente criticada após exibição no último Festival de Paulínia, a andreense de 52 anos se dedica freneticamente à Marivalda Revólver, sua personagem em "As Traças da Paixão", texto de Alcides Nogueira em cartaz no Teatro Augusta, em São Paulo.

Lucélia, que produziu e atuou no longa, empenhou 13 anos na viabilização do projeto, que, do roteiro ao formato de exibição, sofreu inúmeras alterações ao longo do tempo. "Foi complicadíssimo. Já não aguentava mais. Eu jogava o i-ching, louca para que os oráculos dissessem para eu cair fora. Mas como resposta só vinha: ‘não é auspicioso parar agora'", relembra, às gargalhadas. O filme estreia na China até janeiro. No Brasil, será exibido em formato de minissérie em cinco episódios. "Ainda estamos negociando com as emissoras", diz a produtora.

Por conta da grande popularidade alcançada com "Escrava Isaura" (1976), Lucélia tornou-se uma espécie de embaixatriz cultural entre os países. Antes da ideia do longa, dirigiu documentários sobre as mudanças observadas em 24 anos de visitas à China.

Na primeira viagem, recebeu prêmio por sua atuação como Ninu Isola (como os chineses chamam a personagem). "Conheci a China azul, ainda muito fechada. A população, do porteiro ao presidente, era rigorosamente igual. Voltei sete anos depois e já tinha iniciado esse processo que está culminando agora, de crescimento de 10% ao ano e abertura econômica que afeta todos os países do mundo", opina.

Com a virada de página, Lucélia diz não saber como ficará seu relacionamento artístico com a China. "Não tenho a menor ideia , mas não estou preocupada com isso. Só o carma é que vai me mostrar", apela aos ensinamentos budistas.

Mesmo que um novo projeto não se desenvolva, Lucélia não quer se distanciar. "Tenho uma relação muito forte com Pequim. Gostaria de comprar uma chácara num lugar a duas horas do centro, que tem vista para a Grande Muralha. Os americanos estão descobrindo e está começando a valorizar. Se tiver algum dinheiro, com certeza vou comprar", revela. Até lá, pretende se dedicar à produção de um novo documentário internacional e a uma comédia romântica ao lado do filho, Pedro Neschling.




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