A eventual capitalização da Petrobras por meio de reservas de petróleo que estão hoje nas mãos do governo ainda não tem valores pré-estabelecidos, e um cálculo próximo de quanto deveria ser aportado só deverá sair pelo menos um ano após os estudos para dimensionar estas reservas. A informação é de uma fonte ligada aos membros da Comissão Interministerial que discute o novo marco regulatório do petróleo no País.

Segundo esta fonte, que preferiu não ter seu nome identificado, qualquer cálculo que seja citado hoje, é pura "especulação" do mercado. "Em nenhum momento se falou em valores, mesmo porque não se sabe qual o tamanho das reservas que serão aportadas", comentou esta fonte.

Ontem o jornal Valor Econômico publicou reportagem dizendo que a capitalização poderia ficar entre R$ 40 bilhões e R$ 100 bilhões. A ideia do governo de capitalizar a Petrobras com as reservas em potencial que sejam contíguas às descobertas já realizadas não fará parte dos projetos de lei que serão apresentados na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília e serão encaminhados ao Congresso com pedido de urgência urgentíssima, ou seja, para serem aprovados num prazo total de 90 dias.

Em meio a queixas de empresários e dos Estados produtores de petróleo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo está aberto para o debate sobre a regulamentação do pré-sal a partir de segunda-feira, quando envia ao Congresso um modelo de marco para o setor. Ele avisou, no entanto, que atuará para garantir uma discussão rápida. "Na hora em que a gente começar o jogo, está feito o debate nacional. Aí, ninguém segura", disse.