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Lauro ensaia reaproximação com PTB, mas Campos rejeita

Prefeito de Diadema sinaliza interesse no retorno da legenda ao arco de aliados; dirigente não aceita

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
06/08/2015 | 07:04
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Ricardo Trida/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), atua, nos bastidores, pela reaproximação com o PTB, ofensiva que tende a ser frustrada para a eleição de 2016, quando tentará emplacar projeto de reeleição. O verde participou de evento do PTB em São Bernardo – filiação do ex-vereador Admir Ferro – e admitiu tentativa por acordo. A empreitada, entretanto, foi malsucedida, uma vez que Lauro, convidado a discursar, não recebeu sequer aplausos de Campos Machado, presidente paulista da sigla, mesmo elogiando histórico do PTB.

Depois, em entrevista a jornalistas, o chefe do Executivo voltou a comentar sobre o discurso de interesse em retomar a proximidade política com a legenda. “Estou aqui (atividade) a convite do Admir Ferro, além de dar apoio e tentar reaproximação. A política é a arte da construção”, destacou Lauro, em sua fala.

Em 2012, o verde se aliou à sigla petebista – que ocupou o posto de vice, com Silvana Guarnieri – na campanha vitoriosa pelo Paço. A aliança foi desfeita em janeiro pelo mandatário da legenda depois que o verde isolou Silvana em seu governo.

A número dois do Paço se reaproximou de Lauro, contrariando orientação do partido. Silvana tende a se filiar nos próximos meses no PP com o propósito de seguir no arco de aliados.

Procurado ontem, Campos Machado não se estendeu sobre o assunto. Em janeiro, contudo, o dirigente foi enfático ao anunciar ruptura com o chefe do Executivo diademense.

O mandatário acusou o verde de abandonar a aliada e reduzir ao máximo o espaço do PTB na administração. Até o início do ano passado, Silvana acumulava função de secretária de Assistência Social e Cidadania, mas foi exonerada após externar desejo de ser candidata a deputada federal.

“Se ele (Lauro) for o único candidato em Diadema, o PTB vota em branco. Vamos olhar com lupa todos os atos (da administração verde). Qualquer irregularidade que surja vamos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas”, prometeu, à época.

Campos encerrou discurso, na oportunidade, assegurando que “não há possibilidade de diálogo com quem é desleal”. “Não se descarta mais nada a partir de hoje, a não ser a parceria com o prefeito. Podemos estar com o PSDB, PCdoB, PT, DEM e até com o Obama. Com o Lauro, não”, comparou ele, citando até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

‘Apoio a Aidan não pode existir’, diz petebista

Presidente paulista do PTB, o deputado estadual Campos Machado reiterou que a sigla deve caminhar em lado oposto ao projeto de candidatura do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB), em 2016. “A palavra de um homem é uma flecha lançada e não volta mais. A nossa história com o Aidan terminou, não há possibilidade de retorno. Eu não esperava que ele saísse da maneira que saiu”, disparou Campos. “Mesmo que o partido queira, não há hipótese de acordo”, disse, sentenciando: “Apoio oficial ao Aidan não pode existir. Lealdade é cicatriz na alma do político. Não temos história para conviver politicamente com o Aidan”, decretou.

Aliados no passado – Aidan venceu pleito de 2008 filiado à legenda –, os políticos romperam em 2013, com a desfiliação do ex-prefeito.

Na ocasião, Campos atacou o ex-correligionário, enfatizando que “estava deixando a sigla pela porta dos fundos”, quando ele migrou ao PSB a se lançar como candidato a deputado federal no ano passado e saiu derrotado do processo.

Para o pleito andreense, Campos demonstrou confiança com o atual quadro, enfatizando projeto de candidatura solo no embate contra Aidan, o prefeito Carlos Grana (PT) e Raimundo Salles (PPS). O dirigente destacou os nomes da presidente municipal da sigla, a ex-vice-prefeita Dinah Zekcer, e do vereador Luiz Zacarias.

“Nós não estamos tratando de candidatura a vice em Santo André. O Zacarias e a Dinah são alguns dos pré-candidatos a prefeito lá”.

SÃO CAETANO
Campos também avaliou cenário eleitoral em São Caetano e elevou o nome do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), como líder da empreitada e rechaçou comentários sobre suposta saída do correligionário ao PSDB.

“Evidente que ele continua. Alguém tem alguma dúvida do caráter do Auricchio, da história. São 30 anos de PTB. Não há a mais remota possibilidade de deixar o partido. Ele é candidato a prefeito e está disparado na pesquisa”, citando sondagem do Diário, no domingo, que aponta o petebista como líder à sucessão municipal.




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