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É aprazível e fica bem pertinho de São Paulo
Do Diário do Grande ABC
08/04/2010 | 07:00
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Caio Arruda/DGABC


Aprazível, com bons serviços e forte comércio, mas que precisa investir em infraestrutura viária e segurança pública para não perder qualidade de vida no futuro próximo. Em geral, é assim que pessoas da indústria automobilística ligadas profissional ou afetivamente a Santo André analisam a cidade aniversariante.

"Não dá para deixar de perceber certo aspecto interiorano, onde as pessoas têm ainda tratamento cordial", elogia Márcio Furlan, que trabalha na unidade andreense da Bridgestone do Brasil, empresa onde exerce o cargo de gerente de vendas. Furlan reside no bairro Higienópolis, em São Paulo, de onde se desloca diariamente de carro.

"Como entro no trabalho às 8h e saio às 17h, procuro fazer atividades extras em Santo André", diz. Em dias alternados da semana, faz academia e aulas de francês na cidade como forma de compensar o tempo que ficaria parado em congestionamentos entre o Grande ABC e São Paulo. "Só vou dormir na Capital."

Se os serviços e o comércio na cidade já têm nível muito bom, Furlan vê no sistema viário sinais de exaustão, com a crescente frota de carros circulando intensivamente pelas estreitas ruas e avenidas de Santo André. Ele comenta enfrentar engarrafamentos quando tem de se deslocar para negócios em São Paulo nos horários de pico.

Para o gerente de vendas, os dois principais acessos que usa para chegar à cidade - a Via Anchieta e a Avenida dos Estados - são gargalos que prejudicam tanto os moradores locais quanto os que vêm de fora. Ele também critica o excesso de caminhões, que precisariam de rotas altenativas. "Na minha opinião, é preciso investimentos urgentes para que o trânsito não comece a prejudicar demais a qualidade de vida."

Assim como a ordenação do tráfego, Furlan também pede que os administradores públicos se preocupem em melhorar a sensação de segurança na cidade.

Apesar de morar em São Paulo, Furlan é do Grande ABC. Ele foi criado em Ribeirão Pires, onde atualmente residem seus pais. Por isso, gosta de frequentar bares e restaurantes de Santo André, principalmente no bairro Jardim. "O nível, que já é bom, está em constante evolução. É uma opção mais tranquila à agitada São Paulo", avalia o gerente de vendas inidade andreense da Bridgestone do Brasil.

Município tem tudo, tal qual ‘cidade grande'

Ex-executivo da General Motors e atualmente conselheiro da SAE-Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), Francisco Satkunas também se diz admirador de diversos serviços que Santo André oferece - de bares a hospitais. Morador em São Caetano, ele frequenta bastante a cidade, onde residem seus sogros e onde conheceu a sua mulher.

"Meus filhos, que hoje estão na faixa dos 25 aos 30 anos, fazem parte da juventude que está redescobrindo a vida noturna do Grande ABC, comandada por Santo André. Quando mais novos, eles só queriam saber dos bairros da moda em São Paulo, como as vilas Olímpia e Madalena", diz.

O engenheiro também não deixa de citar os préstimos médicos da cidade, como os prestados pelo Hospital Brasil. "É nível de referência."

Em relação à mobilidade, Satkunas gostaria que os serviços alternativos fossem oferecidos em conjunto por Santo André e São Caetano para usuários de melhor poder aquisitivo. Ele sugere a adoção de ônibus executivos que ligassem as duas cidades ao metrô. "Muitas pessoas que se deslocam a São Paulo diariamente para trabalhar poderiam deixar o carro em casa se tivessem alternativa de ligação rápida, com mais conforto e sem as paradas dos ônibus comuns. Com isso, a Avenida D.Pedro II (em Santo André) e a Avenida Goiás (em São Caetano) ficariam menos carregadas nos horários de pico."

Cidade oferece qualidade de vida

Qualidade de vida foi o que fez Yghor Rodrigues Macedo morar em Santo André quando deixou Brasília para ser gerente de projetos e serviços de varejo da Bridgestone. "Acabei gostando muito da cidade. Encontro em Santo André tudo que São Paulo proporciona. Bairros como vila Bastos, Campestre e Jardim não deixam a desejar em nada para a Capital."

Macedo elogia restaurantes, infraestrutura hospitalar - seu filho de 10 meses nasceu na cidade -, além de boas ofertas no mercado imobiliário. "Eu só me desloco para São Paulo quando preciso de algo específico ou para locais que frequento por hábitos de infância e adolescência, quando morei na Capital."

Para ele, os pontos negativos são as poucas áreas públicas de lazer. "Poderíamos ter mais opções de praças e parques, por exemplo, com melhor infraestrutura. Como gosto de praticar esportes, também sinto falta de ciclovias. Talvez isso tenha ficado um pouco em segundo plano pelo fato de a cidade ser de origem essencialmente industrial, mas acredito que a tendência seja a de maiores investimentos em qualidade de lazer para a população."

A vantagem é que fica perto de tudo, da Capital ao Litoral

Maria Teresa Orlandi, coordenadora de comunicação da Bridgestone e moradora de São Bernardo, trabalha em Santo André há seis anos. Antes da fabricante de pneus, já havia trabalhado na cidade.

"Tenho vínculo muito forte, pois nasci aqui e minha família mora aqui. Acredito que a maior vantagem de Santo André seja a localização estratégica: estamos muito próximos da Capital e do Litoral. Ao mesmo tempo em que estamos em um centro urbano, ainda conservamos certo ar interiorano e o custo de vida é relativamente menor que o de São Paulo. Além disso, o comércio oferece grande leque de opções em todos os setores, tornando muitas vezes desnecessário o deslocamento para fora."

Para ela, "o trânsito, que até pouco tempo atrás era uma das vantagens, hoje já é um ponto crítico, requer investimentos em obras de infraestrutura".




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