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Brasil reconhece China como economia de mercado
Da AFP
12/11/2004 | 20:22
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O Brasil reconheceu a China como economia de mercado, anunciou nesta sexta-feira, em Brasília, o presidente chinês, Hu Jintao, após acompanhar com o colega Luiz Inácio Lula da Silva a assinatura de acordos bilaterais.

"Queria agradecer a postura do presidente Lula, que favorecerá as cooperações bilaterais", disse Hu aos jornalistas no Palácio do Planalto.

O Brasil ficou satisfeito em várias áreas, desde a abertura do mercado chinês às carnes bovina e de frango até o compromisso de encomenda de uma dezena de aviões da fábrica da Embraer instalada na China, informou o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. "As autoridades chinesas nos disseram que os países que reconhecem desde o início (o status de economia de mercado) terão privilégios no acesso ao mercado chinês e serão tratados como melhores amigos", acrescentou o ministro em entrevista coletiva.

Segundo Furlan, as negociações levaram mais de 20 horas e "quase foram interrompidas na noite de ontem", porque os chineses não citavam o que estavam dispostos a oferecer em troca. "Inicialmente, a posição chinesa era uma espécie de samba de uma nota só. Era 'estamos vindo aqui para receber o status de economia de mercado e ponto'. A nossa posição era de que ou tínhamos um acordo equilibrado, ou não tínhamos acordo", acrescentou.

O status de economia de mercado pode evitar que a China enfrente processos antidumping, o que gerou preocupação no Brasil com a possibilidade de invasão de produtos chineses. "Gostaria de tranqüilizar o setor produtivo brasileiro. Esta concessão não fará com que o governo abra mão das defesas normais da economia existentes hoje. A Secretaria de Defesa Comercial está plenamente capacitada caso surja algum problema no futuro", afirmou Furlan.

A China entrou para a OMC (Organização Mundial do Comércio) em 2001, e tem 15 anos para passar do status de ‘economia de transição’ para o de ‘economia de mercado’, ainda que 20 países, principalmente do sudeste asiático e Austrália, já tenham reconhecido o novo status.

Furlan disse que para Pequim o reconhecimento significa "uma conquista política com alto grau de simbolismo", já que agora os chineses poderão apresentar este antecedente em futuras negociações.

Hu chegou na quinta-feira a Brasília em visita oficial, e permanecerá até a próxima segunda-feira no Brasil, onde também visitará o Rio de Janeiro e São Paulo.




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