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Festival de Curitiba recebeu 80 mil pessoas
Rení Tognoni
Enviada a Curitiba  
28/03/1999 | 17:58
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O 8º Festival de Teatro de Curitiba encerrou ontem sua programaçao com um saldo positivo para a cidade, mas nem tanto para o teatro. Durante dez dias, o evento atraiu em torno de 80 mil pessoas (no ano passado foram 55 mil), movimentou cerca de R$ 1 milhao em Curitiba com prestaçao de serviços e vendeu 80% dos 60 mil ingressos colocados à venda, segundo a produtora Calvin Entretenimento.  

O que se pôde ver neste período, porém, foi um festival marcado pela diversidade de manifestaçoes cênicas - como circo, dança, teatro-dança e teatro propriamente dito - e vários espetáculos medianos e ruins, inclusive na Mostra Oficial do evento, cuja grade é feita por uma curadoria.  Os destaques do festival ficaram para as peças As fúrias, um belíssimo trabalho dirigido por Antonio Abujamra com o grupo Os privilegiados, e Nijinsky, monólogo interpretado com primor pelo ator Luís Melo. O público elegeu estes dois espetáculos, quase unanimemente, como os melhores do evento.  

As fúrias, que conta a história de três irmas velhas e recalcadas que infernizam a vida da sobrinha Altéia só por esta ser jovem e bonita, ainda nao tem data para estrear em Sao Paulo. Já Nijinsky, baseada nos diários do bailarino russo, poderá ser conferida a partir da primeira quinzena de abril no Teatro da Faap.  

Bent - O canto preso, adaptaçao coreográfica do andreense Sandro Borelli para o texto do norte-americano Martin Sherman, também foi tido como um dos mais criativos e ousados espetáculos da Mostra Oficial.  As principais decepçoes do festival foram Sublime, de Vladimir Capella, com o Grande Circo Popular do Brasil, que abriu o festival no dia 1º; Sonho de uma noite de verao, com o Bando de Teatro Olodum e Companhia Teatro dos Novos; e D.C.V.X.V.I, que pecou pelo amadorismo na encenaçao.  

A grata surpresa do festival deste ano ficou mesmo para a mostra paralela Fringe. Um exemplo foi Alice através do espelho, dirigida por Paulo de Moraes. A peça é uma adaptaçao de duas grandes obras do escritor Lewis Carrol: Alice no país das maravilhas e Através do espelho, e estréia no próximo mês no Rio de Janeiro. Nao há previsao de quando virá a Sao Paulo.

Outras atraçoes interessantes da Fringe foram A boa, dirigida por Ivan Feijó, com Ana Kurtner e Milhem Cortaz; Eu sou mais Nelson, com direçao de Ana Kfouri; e Juventude, de Felipe Hirsch, entre outras.  Polêmicas - Ao todo, foram apresentados 52 espetáculos no 8º Festival de Teatro de Curitiba. Leandro Knopholz, um dos organizadores do evento, fez um balanço positivo das estréias nacionais do festival, apesar da polêmica em torno da falta de produçoes de diretores consagrados, como José Celso Martinez Côrrea, Antunes Filho e Gerald Thomas.  "Trouxemos o que estava sendo produzido. O que nao pôde estar aqui foi por causa de uma série de fatores, como a disponibilidade de agenda. No próximo anos, os diretores Enrique Diaz, Cacá Rosset e Ulysses Cruz, por exemplo, já disseram que querem estrear peças aqui, mas tudo depende de planejamento", explicou.




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