"Estou muito feliz porque encontrei no Brasil `Dom Quixotes' fanáticos, que têm amor pela dança. A partir de agora, somos também responsáveis por tudo o que acontecer aqui. Os que vierem depois nos julgarao pelos resultados", disse Vasiliev, durante entrevista coletiva para a imprensa.
Deixando de lado o fato de que a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil funciona como mais uma jogada para a reeleiçao do atual prefeito - a anterior foi em 1998, com a construçao do gigantesco Centreventos Cau Hansen em apenas oito meses - há, por trás de toda a festa, uma porçao de dúvidas e muito dinheiro, que virá dos governos municipal e federal e também da iniciativa privada. Só para se ter uma idéia, levando em conta a estimativa de gasto de R$ 3,7 milhoes por ano, segundo o prefeito, cada aluno consumirá cerca de R$ 19 mil/ano.
Dúvidas - Neste montante está embutido o valor - nao divulgado - que a Escola do Teatro Bol-shoi no Brasil enviará para Moscou. A dúvida é saber até onde a relaçao custo-benefício compensa, porque ao comprar a grife Bolshoi, a escola brasileira tem direito também a toda a sua metodologia de ensino, que atualmente é garantida, segundo o próprio Vasiliev, por sua presença na direçao do Teatro Bolshoi.
Sem questionar sua competência, a posiçao é, no mínimo, centralizadora demais. Resta, portanto, duas perguntas. Primeira: qual será a qualidade de ensino na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil? Segunda: o mercado brasileiro estará, daqui a oito anos, preparado para absorver os frutos de tal investimento ou, mais uma vez, o país será apenas celeiro de talentos para o mundo?
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