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PSB sofre com falta de identidade política
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/05/2011 | 07:54
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Edmilson Magalhães


Diante da formação das chapas majoritárias no Grande ABC ao pleito de 2012, caso seja confirmado o cenário político, o PSB está fadado ao fracasso. Tendo em vista que em 2008 o partido lançou um candidato a prefeito (Chiquinho do Zaíra, atualmente no PTdoB, em Mauá) e dois a vice (Edinho Montemor, hoje no PPS, em São Bernardo, e Manoel José da Silva, o Adelson, em Diadema), até agora não há projeção concreta de nomes ao Paço.

A debandada de lideranças políticas é um dos principais fatores que contribuem para o enfraquecimento da legenda. A saída do ex-prefeito e atual deputado federal William Dib do PSB para ingressar no PSDB, em setembro de 2009, mudou os rumos socialistas em São Bernardo.

O partido que era oposição ferrenha ao chefe do Executivo eleito em 2008, Luiz Marinho (PT), hoje está dividido entre independentes (Ivanildo de Santana e Vandir Mognon) e uma base contrária com três integrantes (Ary de Oliveira, Antonio Cabrera e Sérgio Demarchi).

Além de Dib, outra liderança que deixou as fileiras foi o ex-mandatário do Paço de São Bernardo Maurício Soares, culminando com a falta de identidade.

Sem um mentor político, a decisão sobre o lado que soprarão os ventos socialistas fica a cargo de instâncias superiores, as executivas estadual e nacional. E, nestes casos, o PSB depara-se com outra cizânia difícil de ser resolvida. Em âmbito estadual, a sigla está alinhada com o PSDB do governador Geraldo Alckmin. Já na esfera federal, a cúpula é aliada a Dilma Rousseff.

Em Mauá, o PSB também sofre em busca de reflexão. Em 2008, a sigla foi ao segundo turno da eleição a prefeito com Chiquinho do Zaíra, com discurso contrário ao do adversário na ocasião, Oswaldo Dias (PT). Mas, após a vitória do petista, desmandos provocaram animosidades, a começar pela saída do ex-prefeiturável, que em 2009 rumou para o PMN (hoje está no PTdoB).

Aliado ao governo Aidan Ravin (PTB) em Santo André, o PSB cogita mexer com a disposição desse jogo. Especula-se que a sigla saia a vice na chapa encabeçada por Paulinho Serra (PSDB), porém o ninho tucano ainda não definiu as diretrizes, já que existe possibilidade do PSDB apoiar Aidan.

O PSB de Diadema vive momento de reafirmação. Por muito tempo foi oposição as seguidas gestões petistas, mas se tornou situação em 2010, ano em que chegou a articular a tentativa de ocupar a vice de Mário Reali (PT) em 2012. Apesar de ter sido duas vezes vice do tucano José Augusto da Silva Ramos, o presidente da sigla, Manoel José da Silva, o Adelson, ocupa Secretaria de Segurança Alimentar.

Segunda maior bancada da região deve ser quebrada em 2012

Alcançando na eleição de 2008 a segunda maior bancada regional com 16 vereadores, ficando atrás apenas do PT, o PSB corre grande risco de perder representatividade devido ao empobrecimento de projeto político.

O posicionamento do partido em São Bernardo é uma incógnita para as eleições do ano que vem. Outra dúvida é a capacidade de manutenção dos cinco parlamentares no Legislativo. O quinteto forma a segunda maior dentre as cidades paulistas (só não é maior do que a de São Vicente, com sete vereadores).

A bancada de quatro vereadores em Mauá iniciou a legislatura dando base ao governo de Oswaldo Dias (PT). No início de 2010, porém, o presidente municipal da sigla, Carlos Thomaz, ameaçou ordenar que os correligionários migrassem para a oposição, lado em que os parlamentares se sentem mais confortáveis. Mas o alívio não chegou à bancada. Após semanas de negociação, Thomaz acabou nomeado para comandar a Secretaria de Segurança Pública, em jogada de Oswaldo para garantir o apoio do partido.

Atualmente, Alberto Pereira Justino, o Betão, e Irmão Ozelito não poupam críticas à administração, mas são orientados pelo PSB a votar com o governo. Thomaz tem afirmado que a tendência natural do PSB é caminhar com Oswaldo em 2012. A situação deverá acarretar na saída da dupla.

Em São Caetano, a bancada conta com dois parlamentares, assim como em Santo André e Diadema. Porém, na cidade comandada por José Auricchio Júnior (PTB) a legenda tende a continuar na base de sustentação, apoiando o nome indicado pelo petebista para concorrer ao Palácio da Cerâmica, diferentemente do município vizinho, onde os socialistas esboçam formar chapa majoritária. "Não queremos ser meros coadjuvantes nesse processo", dispara o dirigente municipal e vereador José Ricardo, porém sem descartar aliança com outras siglas,

Em Ribeirão Pires, a representatividade na Câmara é com Arnaldo Souza, o Arnaldo Sapateiro. "Nosso objetivo é fazer dois ou três vereadores", disse o vice-presidente da sigla, Antônio Santos, o Toninho Justiceiro. A legenda integra o grupo do prefeito Clóvis Volpi (PV) desde 2008. A tendência é que o apoio continue para as eleições de 2012.

Em Rio Grande da Serra, o PSB não tem notoriedade. e estava na coligação derrotada de 2008.




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