Dom Pedro Carlos Cipollini, que foi empossado anteontem bispo da Diocese de Santo André visitou, ainda no domingo, à noite, os trabalhadores que estão há 15 dias acampados na porta da fábrica da General Motors, em São Caetano.

Após noite de vigília na Igreja de São José, em São Bernardo, Dom Pedro recebeu, pela manhã, uma carta da comissão dos acampados pedindo que intercedesse junto à GM para que a empresa receba a comissão, que reivindica a reintegração dos funcionários que estavam em lay-off (com os contratos de trabalho suspensos) e foram desligados pela montadora no início do mês.

A informação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano é que foram cortados 419 empregados do total de 819 que estavam em lay-off – outros 400 teriam tido a suspensão estendida até setembro –, mas, segundo os integrantes desse grupo, seriam cerca de 500 os demitidos.

“Pedimos o seu apoio à nossa causa e convidamos para uma visita ao nosso acampamento. Dom Pedro, nos perdoe o jeito de acolhê-lo como bispo e pastor, mas estamos aqui como ovelhas sem pastor, nos ajude intermediando um encontro de negociação com a empresa que tem como objetivo dispensar mais trabalhadores”, afirmava a carta.

E, por volta das 21h, o bispo, acompanhado do secretário episcopal, Padre Guilherme, e dois integrantes da Pastoral Operária, foram até o acampamento, onde ele foi recebido com surpresa e emoção pelos trabalhadores presentes.

“Nós fomos lá e conversamos com eles, para levar uma palavra de apoio, de conforto, como pastor da Igreja Católica, para que eles tenham fé e coragem e sejam solidários uns com os outros”, disse.

Dom Pedro acrescentou que não conhece profundamente os eventos que levaram às demissões, mas se solidariza com o momento difícil pelo qual eles estão passando. “Um deles relatou que tem três filhos e não sabe como vai fazer para dar de comer a eles”, citou.