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Uso da capacidade instalada sobe para 82%
13/04/2004 | 23:10
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A utilização da capacidade instalada, um dos principais indicadores de produção da indústria, subiu quase 4 pontos porcentuais de março para abril, passando de 78,2% para 82%, o maior nível desde abril de 2001. Levantamento da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que os empresários estão mais otimistas e a produção deverá retomar fôlego no segundo trimestre.

Outra conclusão do economista Aloisio Campelo, responsável pelos resultados prévios da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, é que esse movimento ocorre em paralelo com a queda no número de empresas que pretendem reajustar preços.

A sondagem revelou que, em abril, o nível de demanda foi considerado 'forte' por 22% das indústrias pesquisadas, o melhor resultado da série histórica da prévia da sondagem - iniciada em janeiro de 2000 - desde abril de 2000 (23%). No caso dos estoques, apenas 6% das empresas entrevistadas os consideravam excessivos em abril, ante 8% em janeiro e 20% em outubro. Os resultados finais da sondagem serão divulgados no final do mês.

Segundo Campelo, os dados mostram que a demanda está mais forte e os estoques em 'normalidade', o que aponta 'uma recuperação da produção industrial, pelo menos na margem'. Os dados já divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relativos a 2004 mostraram, até fevereiro, uma perda de fôlego no processo de recuperação da indústria, que para Campelo será reiniciado no segundo trimestre. 'Pode-se falar em retomada da recuperação', afirmou.

Outro dado importante como sinal de aceleração da produção é que as empresas diagnosticaram aumento das demandas interna e externa. Em abril, 20% dos entrevistados diziam que o nível de demanda interna atual está forte, ante 15% em janeiro. E 25% das indústrias pesquisadas manifestaram encontrar 'demanda forte', ante 11% em janeiro. A coleta de dados ocorreu entre os dias 25 de março e 12 de abril.

Preços - O porcentual de indústrias que manifestaram intenção de reajustes de preços caiu para 42% na sondagem conjuntural da FGV relativa ao trimestre abril-junho, ante 47% em janeiro, quando foram coletadas projeções para o primeiro trimestre. Campelo disse que a redução nas intenções de reajustes mostra que 'a indústria está tendo muita dificuldade de repassar os aumentos de custos'. Ainda que o porcentual permaneça elevado, alguns setores estão claramente recuando na perspectiva de reajustes, como o de bens de consumo.

De acordo com a sondagem, em outubro 24% das indústrias do setor de bens de consumo planejavam reajustes no trimestre seguinte; em janeiro, o grupo com essa intenção disparou para 53%; em abril, despencou novamente, para 25%. No caso da indústria de transformação em geral, o porcentual caiu, mas manteve-se elevado, nos já citados 42%, ante 23% em outubro e 47% em janeiro.

O único aumento nas intenções de reajustes ocorreu em bens de capital (18% em outubro, 40% em janeiro e 47% em abril), enquanto houve ligeira redução no setor de intermediários (16% em outubro, 52% em janeiro e 51% em abril).




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