O cubano Javier Sotomayor, absolvido pela Federaçao Internacional de Atletismo (IAAF, sigla em inglês), depois de um caso de doping com cocaína registrado durante os Pan-americanos de Winnipeg-99 (Canadá), é provavelmente o competidor mais conhecido no seleto 'Clube dos Treze'.

Recordista mundial de salto em altura, Sotomayor chega a Sydney no crepúsculo de sua carreira e com a necessidade de uma vitória que limpe sua imagem dos danos sofridos no incidente.

A Austrália pode também converter-se em terra propícia para que seu compatriota Iván 'Canguru' Pedroso ratifique suas condiçoes.

Pedroso, que desperta as maiores expectativas dos especialistas, foi sete vezes campeao mundial de salto à distância, computando os torneios em ginásio coberto e a céu aberto.

A também cubana Driulis González lhe chega perto quanto a favoritismo e conquistas.

A judoca, de 26 anos, acumula os títulos olímpico (Atlanta-96), mundial (Birmingham, Gra-Bretanha) e pan-americano (Winnipeg) em 57 kg.

Por seu lado, o peso pesado Félix Savón, 34 anos, tentará em Sydney despedir-se dos combates com a obtençao de sua terceira medalha de ouro, façanha só conseguida por seu conterrâneo Teófilo Stevenson e pelo húngaro Laszlo Papp.

O filho predileto da andina Cuenca e atleta do século no Equador, Jefferson Pérez, tentará uma revalidaçao de seu triunfo nos 20 km marcha nos Jogos do Centenário.

Pérez deu a seu país a primeira e única medalha do histórico de participaçao nos Jogos.

O tenista Gustavo Kuerten, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, o iatista Torben Grael e o nadador Gustavo Borges, todos brasileiros, também figuram como grandes aspirantes ao ouro.

Kuerten, ganhador de Roland Garros em 1997 e 2000 e um dos líderes da Corrida de Campeoes da ATP, terá uma tarefa difícil porque o torneio de tênis será disputada em quadras de piso semi-sintético (rápidas), nao favoráveis a suas grandes condiçoes em saibro. Pessoa, campeao mundial, pretende melhorar a atuaçao de Atlanta-96, quando ficou com a medalha de bronze.

Borges, prata em Barcelona-92 e prata e bronze em Atlanta, chega a Sydney com escassas possibilidades nos 100 m livres e com muita possibilidade de ganhar um ouro no revezamento 4x100 junto com Fernando 'Xuxa' Scherer, Carlos Jayme e Edvardo Valério.

Por sua vez, Grael, ouro em Atlanta na classe Star, prata em Los Angeles-84 e bronze em Seul-88, terá de lutar contra os fortes ventos que assolam Sydney, especialmente fora da baía em cuja costa Sul se encontra a famosa Opera que caracteriza esta cidade.

A costarriquenha Claudia Poll, 27 anos, tem toda a intençao de confirmar que é a atleta mais destacada de toda a história na América Central.

Poll ganhou os 200 m livres em Atlanta e em Sydney participará nos 200, 400 e, de forma opcional, também nos 800 m.

O tenista Marcelo Ríos, ex-numero um mundial, será o grande trunfo do Chile na Austrália, embora sua forma atual e o tipo de quadra onde será disputado o torneio nao permitam maiores esperanças.

Em iatismo, o argentino Carlos Espínola, prata em Atlanta-96 na Classe Mistral, desperta boas expectativas.

Espínola está em Sydney há mais de um mês e nas águas do Pacífico novamente se encontrará cara a cara com seu vencedor na capital da Geórgia, o grego Kaklamanakis.

O velocista mexicano Alexandro Cárdenas fecha a lista dos latino-americanos com mais possibilidades de chegar ao ouro.

Cárdenas ficou com o bronze no Mundial de Atletismo de Sevilha-99, mas em Sydney terá de enfrentar nada menos que o rei da distância, o norte-americano Michael Johnson.