Ação judicial garantiu ontem a reintegração de posse em um cortiço na altura do número 1.500 da Rua Sílvia, em São Caetano. Sete famílias viviam em condições precárias no local há aproximadamente quatro anos. Os moradores saíram pacificamente e os 25 policiais militares presentes apenas acompanharam a operação.

 A casa foi utilizada no passado como abrigo provisório por famílias beneficiadas pelo Projeto João de Barro, que promovia a construção de imóveis para a população carente. Com o fim do projeto, a residência ficou vazia e sujeita à ação dos invasores.

 O processo de reintegração movido pelo proprietário da casa, Manuel Craveiro Monteiro, já se arrastava havia dois anos. Antes de determinar a saída imediata, a Justiça ofereceu prazo de quatro meses para a desocupação voluntária.

 As viaturas policiais chegaram logo pela manhã e encontraram os moradores ainda dormindo. O oficial de Justiça Nilson Camilo comunicou a ação, que já era esperada por quem vivia no imóvel.

 A maioria dos invasores deverá buscar ajuda na casa de familiares. É o caso de Franciele Andrade Chaves, 20 anos, que irá morar com uma prima até achar uma habitação própria. "Foi a única solução que encontramos", disse. Ela carregava uma das filhas no colo.

 Vizinhos afirmaram que o local era utilizado por viciados em drogas e que os filhos dos moradores viviam em péssimas condições de higiene. "Nem acreditávamos mais que isso (o despejo) poderia acontecer", disse uma das moradoras, que preferiu não se identificar.

 A Prefeitura de São Caetano informou que assistentes sociais estão à disposição das famílias expulsas para auxiliar no que for preciso.