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Rapaz é morto durante quermesse em Sto.André
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
15/06/2003 | 20:28
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O mecânico Ronaldo Ribeiro de Sá, 27 anos, foi executado com pelo menos três tiros quando tentava impedir que um rapaz continuasse a ser espancado por seis jovens durante a quermesse realizada na praça Muriaé, atrás da paróquia Santa Terezinha, no bairro de mesmo nome, em Santo André. O tiroteio, por volta das 21h30 de sábado, provocou medo geral, a festa parou imediatamente e todas as barracas foram fechadas. Houve corre-corre, mas ninguém mais ficou ferido. Em 2003, quatro pessoas morreram na região durante festas juninas.

Moradores e integrantes da comunidade local disseram que estão indignados com a sensação de insegurança depois do ocorrido e cancelaram a realização do evento na noite de domingo. “A festa era apenas para o pessoal da comunidade, mas cresceu nos últimos anos. Vem gente que não sabemos de onde”, disse a dona de casa Maria de Lurdes Redivo de Oliveira, 64 anos, uma das organizadoras. “Faz 25 anos que organizo a festa e nunca aconteceu nada parecido.” Uma reunião está marcada para a noite desta segunda-feira entre representantes da comunidade e autoridades policiais e da administração municipal. A intenção é discutir a realização do evento programado para o próximo fim de semana.

De acordo com testemunhas do crime, o rapaz assassinado buscava a paz entre os freqüentadores da quermesse, que é realizada há cerca de 50 anos pelos moradores da região. Ele foi baleado depois de separar um grupo de seis jovens, que linchavam Guerino Todescato Neto, 21 anos. Acompanhado de sua namorada, Maria Carolina dos Santos, 17, que trabalhava em uma barraca de fogazza, Guerino foi cercado pelo grupo. Eles prometiam vingança por causa de uma discussão ocorrida entre Todescato Neto e um dos arruaceiros há um mês, durante uma festa de aniversário.

Mesmo baleado, o mecânico correu para trás do palco da quermesse, montado na frente de sua casa, também na praça Muriaé. Ele foi socorrido pelo irmão, Dalton, 30 anos, que o levou para o Hospital Bartira, em Santo André, onde morreu.

Ronaldo conseguiu evitar que Guerino fosse morto de tanto apanhar, mas acabou trocando sua vida pela do rapaz. “Tinha conversado com ele (Ronaldo) na sexta-feira e ele me disse que adorava Jesus por ter trocado a vida dele pela nossa. Ele falou que também seria capaz de trocar a vida dele por alguém que estivesse sendo massacrado”, disse Cristiane Maria Martins Pereira, 30 anos, durante o velório do amigo, que aconteceu na tarde de domingo em um salão da paróquia Santa Terezinha. Ronaldo faz parte de dois grupos de jovens no bairro.

Suspeitos – A polícia, por enquanto, tem dois suspeitos de terem cometido as agressões contra Guerino. Um deles é Gilson Gonçalves Pereira, conhecido como Amaral, que foi detido por policiais do Garra, mas liberado em seguida por falta de provas.

Outra pessoa reconhecida por testemunhas seria Roco, um morador da favela do Cigano, em Santo André. Ele está foragido e seria o autor dos tiros contra Ronaldo.




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