As péssimas condições das avenidas e ruas do Polo Industrial de Sertãozinho, em Mauá, estão trazendo prejuízos para os empresários e caminhoneiros da região. Alguns proprietários de empresas já pensam em deixar o local por causa da falta de investimento da Prefeitura de Mauá.
Os buracos tomam grande parte das principais vias de acesso ao Polo. Na última quarta-feira, o Diário percorreu as principais vias da região e constatou que a maioria necessita de reparos.
Na Estrada Guaraciaba, uma das principais ligações entre Santo André e Mauá, os veículos, que já circulam em baixa velocidade, precisam muitas vezes parar devido às crateras existentes na pista. Alguns motoristas utilizam a contramão para poder passar, atitude que pode causar acidentes.
As valetas são tapadas com terra pela administração municipal, o que faz alguns caminhões mais pesados atolarem na lama após uma chuva, furar os pneus ou mesmo quebrar a suspensão. As cargas, muitas vezes materiais sensíveis, também acabam por sofrer alguns danos.
"Tenho um cuidado danado em passar por aqui, pois se a carga quebrar ou amassar, o prejuízo é todo meu. O pior é que sempre tem um buraco novo", disse o caminhoneiro Reginaldo Gonçalves, 35 anos.
A Avenida Papa João XXIII, principal saída do Polo, passou a ser chamada pelos empresários como "Corredor Polonês". O trajeto, que normalmente levaria 15 minutos para ser feito, atualmente pode levar até uma hora e meia devido ao excesso de crateras e as obras do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas.
"A situação está precária e não temos apoio da Prefeitura para nada. Eles (a administração municipal) falam quer não têm dinheiro para as reformas", conta Tatiane Souza Lima, administradora da Aepis (Associação dos Empresários do Polo Industrial do Sertãozinho). A entidade conta com 39 empresas cadastradas, com aproximadamente 15 mil funcionários.
"Cerca de 10% dos empresários já pensam em deixar Mauá. Somente uma fábrica tem mais de 1.000 empregados. Se isso acontecer, onde essas pessoas vão trabalhar?", questiona a administradora.
A Prefeitura de Mauá foi questionada sobre os problemas e não respondeu.
Problemas podem levar metalúrgica a deixar a cidade
Uma das empresas que têm planos para deixar o Polo Industrial do Sertãozinho, em Mauá, é a metalúrgica Metalmech, que conta com 60 funcionários.
Segundo o sócio-diretor Emanuel Teixeira, a situação está bem crítica por causa dos problemas de infraestrutura que o bairro enfrenta. Além das condições dos buracos das vias, existe outro fator preocupante que é a falta de água constante.
"Tem dia que os nossos caminhões perdem mais de uma hora para sair do bairro. Isso não pode acontecer. A cidade de Bragança Paulista está nos oferecendo boas condições. A nossa chance de sair de Mauá está em 70%", revela Teixeira.
Para o diretor, outra questão é a dificuldade para fechar novas parcerias. "Ainda não perdemos clientes, mas está muito difícil para conseguir fechar novos contratos. Os contratantes ficam assustados com as condições do bairro, e isso acaba nos prejudicando", comenta.
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